Batalha Centro de Cinema

A exibição cinematográfica regular na cidade do Porto teve início no verão de 1906 no Salão High-Life, um barracão da Feira de S. Miguel, localizada onde hoje se encontra a Rotunda da Boavista. Este projeto foi iniciado por Manuel da Silva Neves e Edmond Pascaud — que viriam a fundar a Neves & Pascaud, empresa emblemática na história cinematográfica da cidade. O Salão High-Life, que reunia no seu público diferentes camadas sociais da cidade, esteve apenas dois meses na Feira de S. Miguel, tendo sido depois mudado para o Jardim da Cordoaria. Dois anos depois, sob o nome Novo Salão High-Life, o cinema muda-se definitivamente para a Praça da Batalha, mas só começa a ter os contornos que conhecemos hoje na década de 40! O edifício, que albergava o Novo Salão High-Life, é demolido e dá lugar ao novo Cinema, um projeto de arquitetura de Artur Andrade. Mas o Batalha acabaria por encerrar, pela primeira vez, em 2000.

Já em 2012, é considerado Monumento de Interesse Público, classificação que veio salvaguardar a integridade do edifício. Por fim, em 2017, a Câmara Municipal do Porto assume a gestão do Cinema Batalha por um período de 25 anos e anuncia a intenção de reabilitar o edifício histórico. Sendo depois devolvido à cidade, a dezembro de 2022.

Construído dentro de uma lógica modernista de integração das artes plásticas na arquitetura, o edifício contempla obras de cinco artistas. Os mais emblemáticos, pelo seu valor simbólico na história da censura do regime do Estado Novo em Portugal, são o baixo e alto relevo na fachada e os murais de Júlio Pomar. No Batalha podemos ainda encontrar obras de Arlindo Rocha, António Sampaio e Augusto Gomes.

O icónico Centro de Cinema voltou a funcionar e com novos espaços para explorar, como a Biblioteca e Filmoteca, a Sala-Filme, a Livraria e a Cafetaria/Bar. Também o programa propõe uma visão nova do cinema que inclui a apresentação de retrospetivas, ciclos temáticos, focos em práticas contemporâneas e ligações entre o cinema e outras artes.