Quando a tecnologia se alia à saúde pública, há um novo mundo de possibilidades que se abre sem que precisemos de sair de casa. O movimento tecnológico tech4COVID19 nasceu pela mão de empreendedores e startups do Porto no passado sábado e apenas seis dias depois já agrega 120 empresas e mais de 2.500 pessoas, que trabalham em cerca de 20 projetos autónomos de combate ao novo coronavírus. Já angariaram 26 mil euros para material hospitalar, disponibilizam serviços de entregas a familiares e amigos, consultas médicas online e estão a trabalhar numa aplicação que identifica as redes de contágio da Covid-19, em cooperação com as autoridades de saúde.


A conversa de Whatsapp iniciada no passado fim de semana entre um pequeno grupo de fundadores de startups do Porto, foi juntando o amigo do amigo, colegas de trabalho, empreendedores de diferentes áreas de formação - da tecnologia e do digital ao marketing, passando pelo direito, medicina, engenharia, gestão e logística, ao fundraising (financiamento) entre outros setores de atividade - e rapidamente escalou para um grupo maior de pessoas que passou a conversar através da plataforma Slack, para acertar o modo como havia de colocar o seu conhecimento e talento ao serviço da comunidade.


Foi assim que nasceu o movimento tecnológico tech4COVID19, uma rede "muito colaborativa", organizada essencialmente nestas oito task forces, que coordenam e prestam todo o apoio necessário ao desenvolvimento e implementação de projetos que, pela mão de startups, empresas e grupos informais, nasceram com o intuito de abraçar esta plataforma tecnológica de combate ao novo coronavírus, conta ao "Porto.", Liliana Pinho, coordenadora da comunicação e marketing do tech4COVID19.


E, na verdade, "ainda nem uma semana passou e parece que já estamos a trabalhar nisto há meses", continua a relatar uma das impulsionadoras do movimento, que diz mesmo que o grau de adesão à plataforma tem sido extraordinário e que o tech4COVID19 está a escalar muito depressa, podendo assim chegar a mais cidades e pessoas.



Conheça alguns projetos e saiba como pode participar e/ou beneficiar


Entre os principais projetos em curso, destaque para "o objetivo de angariar 100 mil euros para compra de equipamentos médicos", como ventiladores, pela mão da GoParity, plataforma de investimentos sustentáveis. Neste curto espaço de tempo, já angariaram 26 mil euros. "Em 24 horas, conseguiram 23 mil euros", destaca Liliana Pinho.


Há também que contar com o apoio da LuGGit, empresa de recolha, armazenamento e entrega de bagagem, que se readaptou para assegurar um serviço de entrega de bens e artigos a familiares e amigos durante o tempo de isolamento. Por enquanto, opera no Porto e em Lisboa.


Na cidade do Porto, onde nasceu o tech4COVID19, já foi possível também fechar uma parceria com a aplicação "Too good to go", que combate o desperdício alimentar através de encomendas de excedentes na restauração a preços reduzidos. Neste momento, já fazem entregas de refeições no Hospital de Santa Maria.


Em desenvolvimento está ainda uma aplicação para registar o número de pessoas infetadas ou potencialmente infetadas, que procura identificar e prever as redes de contágio, mapeando o estado da população relativamente ao novo coronavírus.


"Este tracking (rastreio) está a ser feito em contacto permanente com as autoridades de saúde (DGS, ARS-Norte) e com outras instituições, entre elas o Turismo de Portugal e a Startup Portugal", informa a responsável pela comunicação da tech4COVID19. Aliás, existe mesmo uma equipa dedicada à interação com as entidades públicas, referia à Rádio Observador, Filipe Ávila da Costa, porta-voz do movimento tecnológico.


Estes fazedores já conseguiram também reunir mais de uma centena de médicos disponíveis para vídeo-consultas gratuitas de cuidados primários de saúde e de várias especialidades. Liliana Pinho avança que há três plataformas que vão fazer essa ponte: Better Now, Knok e Zaask. A iniciativa abrange todo o território nacional, basta ter computador e Internet.


Entre mais de uma vintena de projetos em curso, o tech4COVID19 providencia ainda o matching (ligação) entre unidades hoteleiras e alojamento local e profissionais de saúde, para dar suporte a médicos e enfermeiros deslocalizados.


Além do site, o movimento tecnológico tech4COVID19 está nas redes sociais Facebook, Twitter e Instagram.


Para colaborar com inspiração, talento, apoio logístico ou outro de outra ordem, basta preencher este formulário.

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    Atualizado pela última vez 2022-12-06