Esta feira começou de uma forma espontânea na Praça da Batalha onde eram comercializados os produtos manufaturados (bijuteria, carteiras, entre outros). Nos anos 90 a Câmara Municipal do Porto regulamentou esta atividade, através da criação da Feira de Artesanato da Batalha.
Ai Weiwei (Pequim, 1957) é um cidadão global, artista, pensador e ativista que recorre na sua obra a vários modos de análise e produção, dependendo do rumo e dos resultados da investigação que o ocupa no momento. Desde as posições iconoclastas perante a autoridade e a história — que incluíram o tríptico Dropping a Han Dynasty Urn [Deixando cair uma urna da Dinastia Han], 1995, e uma série de fotografias intitulada Study of Perspective [Estudo de perspetiva], (1995 - 2011), em que mostra o dedo do meio a símbolos do poder — a sua produção diversificou-se, passando a abranger arquitetura, arte pública e performance. Para além de considerações de forma e de protesto, atualmente Ai Weiwei mede a nossa existência segundo a relação com as forças económicas, políticas, naturais e sociais, unindo destreza oficinal e criatividade conceptual. Símbolos universais de humanidade e comunidade, como bicicletas, flores ou árvores, assim como os eternos problemas de fronteiras e conflitos são reformulados e potenciados através de instalações, esculturas, filmes e fotografias, ao mesmo tempo que continua a pronunciar-se publicamente sobre questões que acredita serem importantes. Ele é uma das mais proeminentes figuras culturais da sua geração e um exemplo da liberdade de expressão, tanto na China como internacionalmente. As obras em exposição — Iron Roots [Raízes de ferro] (2019) e Pequi Tree [Pequi vinagreiro] (2018 - 2020) — fazem parte de um corpo de trabalho que reflete o interesse e a preocupação de Ai Weiwei com o ambiente e, mais especificamente, com a desflorestação da Mata Atlântica brasileira. A exposição em Serralves, foi concebida especificamente para o Parque e para a sala central do Museu.
“Quando a Terra Voltar a Brilhar Verde para Ti”, exposição que “rouba” o título a um verso do poeta alemão Hölderlin, também usado pela dupla de cineastas Jean Marie Straub e Danièle Huillet para o seu filme sobre a morte do filósofo grego Empédocles. No local poderá ser apreciado o famoso Herbário de Júlio Dinis em diálogo com desenhos e esculturas de artistas como Rui Chafes, Ilda David, Teixeira de Pascoaes, Manuel Rosa e Lourdes Castro. Há ainda pinturas murais de José Almeida Pereira, realizadas a partir de obras de artistas ligados ao imaginário romântico, e uma composição sonora original de Jonathan Uliel Saldanha e Pedro Monteiro.
Modus Operandi teve como ponto de partida uma leitura atenta da Coleção de Serralves desde o seu início, com o conjunto de obras adquiridas pela Secretaria de Estado da Cultura antes mesmo da criação da Fundação de Serralves e do Museu, até às incorporações mais recentes. Esta Coleção teve, desde o primeiro momento, a ambição de incluir formas artísticas de vanguarda, de cariz experimentalista e de âmbito internacional, olhando o mundo a partir da especificidade estética e cultural portuguesa dos anos que se seguiram à Revolução de 1974. É notável também o cruzamento e a miscigenação de disciplinas artísticas como as artes plásticas, a música, a performance e a literatura. A presente exposição reúne uma seleção de obras que reflete diversas abordagens experimentais e conceptuais transdisciplinares demonstrativas das atitudes, contextos e preocupações da produção artística desde a década de 1960 até aos nossos dias. O título provém da obra homónima do artista norte-americano Joseph Kosuth, pertencente à Coleção de Arte Contemporânea do Estado (CACE) em depósito em Serralves, que é apresentada na exposição. Modus Operandi aponta para diferentes formas fazer, de operar, nomeadamente de fazer e pensar a arte. Vai justamente neste sentido a apresentação, pela primeira vez, de um portfólio, também pertencente à CACE, em que 30 artistas internacionais homenageiam Joseph Beuys numa demonstração da importância do seu legado na forma de fazer arte, da sua crença de que a arte pode mudar o mundo e de que todos podem ser “artistas”.
A estação 1 revela a história da lacuna, em vez da história do preenchimento. Fragmentos e mais fragmentos são convocados para narrar momentos que indiciam existências deste e de outros tempos. Materiais de distintas épocas convivem com dispositivos audiovisuais e diferentes tipologias de imagem, para nos dar a conhecer como PortuCale, a cidade que deu nome a Portugal, se fez Porto.
“A hora antes do pôr do sol tem uma magia própria...” palavras escritas por Rosa Luxemburg ao seu amigo Hans Diefenbach numa carta enviada da prisão de Wronke, no verão de 1917. A partir desta correspondência, a artista colombiana Milena Bonilla convida nos a pensar nas possibilidades de construção de um imaginário que navega pela literatura, botânica, referências históricas pontuais e mitologias coletivas. Aqui, “essa hora antes do pôr do sol” surge enquanto conceção de um momento temporal mágico que liga o passado com o presente mediante a criação de ressonâncias afetivas. Para a construção desta exposição a artista explora os limites do arquivo como forma de articulação da memória coletiva. O projeto infiltra se nos espaços simbólicos de interstício entre o Jardim do Palácio de Cristal, a Biblioteca Municipal Almeida Garrett e a GMP no sentido de relacionar diferentes formas de produção de conhecimento para investigar a noção de algo a que poderíamos chamar de ‘temporalidade histórica suspensa’.
O medo do falhanço (simultâneo ao desejo do sucesso), potenciado pelo sistema económico capitalista (que infeta todos os outros sistemas sociais e culturais), tornou-se tanto um dos maiores impulsos humanos como o valor de juízo pelo qual nos avaliamos, servindo como medida que estabelece as hierarquias sociais. Mas as noções de falhanço e sucesso nunca estão livres de prerrogativas: a ideia de sucesso está intrinsecamente ligada a diversas condicionantes estruturais – a cor da pele, o género, a sexualidade, etc. – e, acima de tudo, ao cumprimento dos expectáveis papéis dentro destas categorias. Falhar, e aprender na falha, assumem uma acrescida importância na produção artística – entre a insatisfação, a rejeição, a dúvida, o erro e a experiência, a ideia de sucessivamente tentar e falhar torna-se combustível para a experimentação especulativa e para a criação conceptual. Assumindo a premissa do falhanço como uma ferramenta de resistência contra-hegemónica, esta exposição, com curadoria de Marta Espiridião, apela à crítica dos modelos estáticos de sucesso e falhanço, e ao questionamento do seu papel na construção da vida pessoal e comum.
Mark Bradford (Los Angeles, 1961) é atualmente reconhecido como um dos nomes que melhor definiu a pintura das duas últimas décadas, concebendo a sua própria linguagem pictórica para falar de temas universais, como a distribuição do poder nas estruturas sociais e o seu impacto no indivíduo ou a relação entre arte e envolvimento comunitário. No seu trabalho, o elemento social é dado através da sua escolha de materiais. Recorrendo a materiais do quotidiano e a ferramentas que se encontram em lojas de ferragens, Bradford criou uma linguagem artística única. Frequentemente designado como “abstração social”, o seu trabalho baseia-se no entendimento de que todos os materiais e técnicas estão impregnados de um significado que antecede o seu aproveitamento artístico. O seu estilo próprio evoluiu a partir da experimentação com materiais para permanentes, os papéis pequenos e translúcidos usados em cabeleireiros, mas desde então alargou-se a outros tipos de papéis, incluindo mapas, outdoors, cartazes de cinema, livros de banda desenhada e anúncios comerciais de rua que publicitam serviços predatórios em bairros economicamente frágeis. Através desta abordagem rigorosamente física à presença material da pintura, Bradford tem tratado questões cruciais do nosso tempo, como a epidemia de SIDA; a representação deturpada e o medo da identidade queer e homossexual; o racismo sistémico nos Estados Unidos; e mais recentemente, a crise decorrente da Covid-19.
Arquivo Perpétuo: as publicações e os projetos editoriais de Hans-Ulrich Obrist. “Arquivo perpétuo:As Publicações e Projetos Editoriais de Hans Ulrich Obrist” é uma exposição dedicada ao arquivo de publicações sediado em Chicago, do curador Hans Ulrich Obrist, que é Diretor Artístico das Serpentine Galleries em Londres. A exposição comporta uma série de módulos que abordam o cruzamento de documentos e as suas histórias: as pessoas, os acontecimentos e as instituições que todos contribuíram para a sua concretização. A exposição também questiona, através da metáfora e de outras representações, os diversos comportamentos de um arquivo: a sua fragilidade e instabilidade, a sua relação com outros arquivos, bem como as suas várias lacunas históricas. Uma componente central da mostra é uma série de vitrinas que examinam não apenas a arquitetura histórica da vitrina e a sua relação com o “Wunderkammer”, mas também as possibilidades conceptuais que as vitrinas impõem através das suas restrições físicas. “Arquivo perpétuo” também inclui uma história do próprio arquivo - um arquivo do arquivo - que documenta a forma como foi mudado ao longo do tempo relativamente ao contexto de ferramentas tecnológicas e conhecimento humano.
Esta exposição apresenta um conjunto de obras de Pedro Tudela (Viseu, 1962) pertencentes à Coleção de Serralves que abrange quase 30 anos de trabalho, de 1990 a 2019. Pedro Tudela estudou Pintura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto e iniciou a sua carreira na década de 1980. Desde então, tem vindo a revelar-se um artista eclético, com trabalho em diferentes disciplinas e áreas artísticas, como a pintura, a escultura, a performance, o som, o multimédia e também a cenografia e a música eletrónica experimental. Os seus primeiros trabalhos datados de 1980 são pinturas, mas já no início dos anos 1990 introduz o som na sua obra, o que acontece pela primeira vez na exposição “Mute… life” (Galeria Atlântica, Porto, 1992), de que aqui apresentamos uma obra. Nessa exposição, o som era ainda autónomo das obras plásticas que compunham a mostra, funcionando antes como banda sonora envolvente e agregadora dos vários elementos expostos. A partir dessa altura, o som vai ganhando cada vez mais relevância, passando a integrar plenamente a obra, plástica e conceptualmente, da mesma forma que o desenho, a pintura ou a escultura. Tudela trabalha e incorpora as várias disciplinas sem hierarquias nem barreiras entre si, refletindo justamente a permeabilidade entre linguagens que se torna uma das características principais do seu trabalho. O som ganha protagonismo, é tratado plasticamente, muitas vezes materializado em esculturas através da incorporação dos próprios dispositivos que o geram — altifalantes, fitas magnéticas, cabos, colunas de som são matéria plástica na dupla vertente, visual e acústica. A prática artística de Tudela é indissociável da existência humana e do mundo, o que se tem manifestado de diversas formas ao longo do seu percurso, representado nesta exposição num conjunto de nove trabalhos.
Christina Kubisch é uma das artistas sonoras mais célebres da atualidade. Após estudos em pintura, flauta, piano, composição musical e eletrónica, iniciou, na década de 1970, o trabalho com esculturas sonoras, instalações e composições eletroacústicas que viriam a estabelecê-la como um nome pioneiro para o campo da Arte Sonora. No final da década de 1970, Christina Kubisch começou a usar a técnica de indução eletromagnética nas suas instalações, um dispositivo que permite a transmissão de sons entre cabos elétricos e os auscultadores com bobinas magnéticas especialmente desenhados pela artista. Este sistema, que Kubisch tem vindo constantemente a aperfeiçoar tanto técnica como artisticamente, foi o ponto de partida de numerosas instalações sonoras realizadas em todo o mundo desde 1980. Ele congrega e intersecciona vários aspetos do trabalho de Kubisch: a revelação e consciencialização para o fluxo de energia e som que, numa era dominada pela tecnologia, nos rodeia a qualquer momento, em qualquer lado; a proposta de uma dimensão estética para os sons transportados pela eletricidade e eletromagnetismo, em composições que se constituem quer pelas escolhas da artista quer pelo movimento do público, consciente e autodeterminado; o sublinhar da nossa condição de seres ligados por muito mais do que aquilo que está à superfície, nomeadamente pelo que é invisível e silencioso. A instalação “THE GREENHOUSE” [A ESTUFA], 2017 (com nova versão para Serralves em 2021), é um exemplo dos trabalhos de Kubisch que recorrem à indução eletromagnética. Ao público, munido com auscultadores, é dado acesso à paisagem sonora que emerge dos cerca de 1.500 metros de cabos suspensos na Galeria Contemporânea do Museu. Ao movimentar-se no espaço, poderá misturar o conjunto de sons naturais e eletromagnéticos que neles circulam. Também em “BRUNNENLIEDER” [CANÇÕES DA FONTE], 2009, se fundem sons naturais - quer do local do Parque de Serralves onde se instala quer de gravações - com citações musicais de discos em vinil da canção de Schubert, “Ein Brunnen vor dem Tore”, (baseada na canção tradicional com o mesmo nome), reunidas sob o signo e plasticidade sonora da água. “SILENCE PROJECT” [PROJETO SILÊNCIO], 2011 – em curso, foca-se numa linha de investigação e prática artística de Kubisch que aborda questionamentos materiais, conceptuais e culturais do silêncio. Tendo como base uma coleção de gravações das palavras que significam “silêncio” em cerca de setenta línguas, o projeto desdobra-se em dois trabalhos: um que parte das imagens de sonogramas destas palavras (“Analyzing Silence” [Analizando o Silêncio], 2011 – em curso), e outro (“Silent Exercises” [Exercícios Silenciosos], 2011 - ) inclui uma projeção vídeo silenciosa onde se fundem essas imagens e uma instalação sonora assente na espacialização de uma composição das gravações das palavras, que se irá impor ao silêncio na torre da Capela da Casa de Serralves. Em 2010, Christina Kubisch apresentou uma versão para o centro do Porto dos seus conhecidos “Electrical Walks”, no âmbito do festival de artes performativas Trama. Agora em 2021, Kubisch terá a sua primeira exposição em território português, constituindo esta uma oportunidade para uma relação mais próxima com esta artista fundamental e figura histórica da música e arte contemporâneas.
A parceria de Manoel de Oliveira e Agustina Bessa-Luís é um dos capítulos mais intrincados da já de si emaranhada história das adaptações cinematográficas de textos literários. Sendo a todos os títulos um caso ímpar no que toca a afinidades e desavenças entre literatura e cinema e tendo dado origem a realizações não menos singulares, as interseções entre as obras dos dois autores são cruciais para o entendimento da obra de cada um deles. Iniciada em 1981, com a adaptação do romance Fanny Owen (1979) no filme Francisca, a colaboração de Oliveira com Agustina prolonga-se até 2005, data da realização de Espelho Mágico, que adapta A Alma dos Ricos (2002). Pelo meio existem outros oito textos da escritora que habitam a obra do realizador, onde se incluem três romances, dois diálogos, uma peça de teatro, um conto e um discurso lido pela própria Agustina. Para pensar estas relações entre literatura e cinema afigurou-se útil trazer para a exposição todo um vasto leque de saberes, científicos, para-científicos, e outros ainda mais obscuros, porque só eles podem iluminar uma área do conhecimento feita essencialmente de intuições e de paradoxos, de inversões de sentido e de perplexidades. O choque entre palavras e imagens, entre romances e filmes, apela a outros confrontos, que procurámos explorar na exposição, e abre um espaço intersticial, lugar do estético e do simbólico, onde todos esses saberes antigos ou modernos são convocados. Os termos deste diálogo consubstanciam, provavelmente, o consórcio mais fecundo das artes e das letras portuguesas dos últimos cem anos.
A Coleção Miró, propriedade do Estado Português, cedida ao Município do Porto e depositada na Fundação de Serralves, é composta por 85 obras e engloba pinturas, esculturas, colagens, desenhos e tapeçarias do famoso mestre catalão. A Coleção abrange seis décadas de trabalho de Joan Miró, de 1924 até 1981, constituindo assim uma excelente introdução à sua obra e às suas principais preocupações artísticas. A exposição acontece na sequência da conclusão das obras do projeto de recuperação e adaptação da Casa de Serralves, assinado pelo Arquiteto Álvaro Siza, que contou com o apoio da Câmara Municipal do Porto, nos termos do protocolo que define as condições de depósito da Coleção Miró em Serralves. Joan Miró (1893—1983), um dos grandes “criadores de formas” do século XX, foi simultaneamente um “assassino” estético que desafiou os limites tradicionais dos meios em que trabalhou. Na sua arte, as diferentes práticas dialogam entre si, cruzando os meios: a pintura comunica com o desenho; a escultura seduz os objetos tecidos; e as colagens, sempre conjugações de entidades díspares, funcionam como princípio maior ou matriz para a exploração das profundezas do real. Esta exposição não segue um formato cronológico ou linear: as obras estão agregadas tematicamente, tentando dar uma visão holística do percurso do artista. As várias salas abordam diferentes aspetos da sua arte: o desenvolvimento de uma linguagem de signos; o encontro do artista com a pintura abstrata que se fazia na Europa e na América; o seu interesse pelo processo e pelo gesto expressivo; as suas complexas respostas ao drama social dos anos 1930; a inovadora abordagem da colagem; o impacto da estética do sudoeste asiático na sua prática do desenho; e, acima de tudo, a sua incessante curiosidade pela natureza dos materiais.
De terça a sexta, às 12h30, os monitores do Museu da Cidade orientam visitas com a duração de 30 minutos, mediante a aquisição de bilhete.
"Porto Legends: The Underground Experience" é um evento audiovisual que vai dar a conhecer dez lendas relacionadas com a história da cidade do Porto. O espetáculo será apresentado nas Furnas da Alfândega do Porto. A mais recente criação do ateliê português OCUBO, especialista na realização de projetos de vídeo mapping, estreia nas Furnas da Alfândega do Porto. O espetáculo vai dar a conhecer, através de uma experiência imersiva, dez lendas relacionadas com a história da cidade do Porto, inspiradas no livro do historiador Joel Cleto, "As Lendas do Porto". O projeto Porto Legends - The Underground Experience contou com 70 atores, 120 figurinos e 30 artistas de vídeo, recorrendo a 50 projetores de vídeo de alta definição, estrategicamente instalados nas paredes, no chão, nos tetos, nas colunas e nos arcos das Furnas da Alfândega do Porto. As dez lendas que constituem o espetáculo são narradas por Pedro Abrunhosa, na versão portuguesa, e pelo galardoado ator britânico Jeremy Irons, na versão inglesa. Ao longo de 45 minutos, serão contadas lendas como as de Pedro Cem, Zé do Telhado, Barrão Forrester, as famosas tripas à moda do Porto, o mistério do Tesouro da Serra do Pilar; o violento Cerco do Porto, o Terramoto de 1755 ou a do fantasma da Estação de São Bento. O público é convidado a circular livremente durante o espetáculo, numa experiência de 360º inédita a nível mundial. Porto.CARD - A NÃO PERDER! Aproveite o Porto.CARD e tenha descontos nas entradas: Bilhete Inteiro: 2€ de desconto / Pack de duas exposições: 3€ de desconto Bilhete reduzido: 1€ desconto /Pack de duas exposições: 1,5€ de desconto
Neste filme, o sangue é o líquido que escorre das veias pulsantes da indústria do petróleo na Califórnia do Sul dos finais do século XIX. Dominado pela ganância, Daniel Plainview é um magnata do petróleo que estratifica as suas relações, instrumentalizando-as para seu próprio benefício. Sem misericórdia ou arrependimento, propaga a morte à medida que enfrenta os seus adversários. Com Daniel Day-Lewis numa das suas mais aclamadas interpretações (que lhe valeu um Óscar, um Globo de Ouro e um BAFTA para melhor ator) e as cordas vibrantes de Jonny Greenwood, dos Radiohead, na banda sonora, Haverá Sangue examina os limites de um mundo governado pelo ódio e pela ganância.
As aulas decorrem todas as segundas e quintas, entre as 17:30 e as 19:30 horas, e todos os sábados e domingos, entre as 10 e as 12 horas no Skate Park de Ramalde. Cada aula junta dois professores e um máximo de 20 alunos em simultâneo, sendo que cada participante deverá, preferencialmente, trazer o seu próprio equipamento (prancha e equipamento de proteção). A empresa municipal Ágora fornece a prancha e o capacete a quem necessitar, sendo que está impedida a partilha de equipamento entre os alunos. A inscrição nas aulas é obrigatória a cada semana, devendo os interessados enviar um email para desporto@agoraporto.pt, com o nome, idade (deve ter mais de seis anos e menos de 60 anos) e o dia em que pretendem realizar a aula de skate. Cada utente pode inscrever-se no máximo em duas aulas por semana.
O encenador Bruno Bravo desvia para a cena “O Fantasma da Ópera”, romance gótico de Gaston Leroux publicado pela primeira vez sob a forma de folhetim entre 1909 e 1910. A apropriação teatral de literatura não dramática é uma prática recorrente no percurso dos Primeiros Sintomas, de que são exemplo “Frankenstein” (2002), de Mary Shelley, ou “Pinocchio” (2016), de Carlo Collodi. Mas a ambição deste gesto é aqui amplificada. Bruno Bravo reconduz à casa do teatro contributos de várias disciplinas performativas, ensaiando um encontro entre a música ao vivo e o movimento, entre as canções e a máquina assombrosa de um palco, com o seu cortejo de atores e personagens. Um diálogo indisciplinado que faz eco do espírito da Ópera de Paris, o locus horrendus de “O Fantasma da Ópera”, espaço de apresentação de espetáculos de teatro, dança e música. Nos seus bastidores, nas escadas e nos camarins, na teia e nos camarotes circula um fantasma que desassossega tudo e todos com mortes, acidentes, sortilégios. Erik é o seu nome de guerra, um desfigurado fantasma de carne e osso que se apaixona pela voz de uma jovem cantora, Christine Daaé, protagonistas de uma das mais trágicas histórias de amor de todos os tempos.
O Festival Porta-Jazz está de volta ao Teatro Rivoli num muito esperado regresso. Após um ano de indecisões e proibições, a associação Porta-Jazz pode de novo celebrar o Festival dentro de portas e, assim, normalizar processos interrompidos e alterados nestes anos pandémicos. Neste 12º Festival Porta-Jazz, espera-se mais de uma dezena de concertos a envolver várias dezenas de músicos nacionais e internacionais com encomendas de obras, estreias de projetos e novas criações em residência e interações com outras áreas artísticas como a dança e as artes plásticas. Três dias intensos com jazz e a melhor música improvisada que por aqui se vai fazendo. Um espelho fiel e genuíno de uma comunidade artística que se vai tornando cada vez mais forte e consolidada. É assim a maior festa e mostra de uma associação que, ao longo da última década, se afirmou como sinónimo de jazz e música criativa na cidade do Porto e cada vez mais no panorama internacional.
Comecei a criar este trabalho a partir da minha tristeza, tentando tocar, a partir dela, na tristeza do mundo em geral - toca e foge, toquei eu - mas dei a volta ao mundo para voltar até à minha tristeza particular, no final. “Quanto mais se foge de uma coisa, mais perto ela permanece”. Eu não sou só triste, também me troco toda e troco-me as voltas. Why sad? Why not? Como não ser coisa viva e não ficar triste com o estado do mundo? Como não ficar ainda mais triste quando já se é triste, por natureza, efeito, defeito ou genética? Apercebi-me que o discurso deste trabalho, tanto naquilo que escrevi para dizer, está enraizado num conceito, ou movimento artístico (será?), a que chamei: Psico-Poética do Browser (Zizek, eat your heart out). Apercebi-me que, no decorrer desta nossa longa investigação, ia juntando fragmentos, frases, ideias, buscas, que apontavam uma reflexão sobre o estado do mundo (o mundo tem de acabar!) e sobre o estado das pessoas, em particular as mulheres, em relação ao mundo e em relação à Terra, planeta cada vez menos natural. As minhas raízes são eco-feministas, eco-queer, holístico-filosóficas, estranhas, entranhas. Essas raízes desenterraram outras preciosidades, muito sérias, pouco sérias, absurdas, vulneráveis, numa espécie de anatomia da tristeza, como espaço gerador, como espaço de partilha, como espaço que gera a dor e a esperança. Esperança em quê? Não sei bem, não tenho respostas, mas, se comigo insistissem, eu diria: no amor. Olhar a tristeza e a morte nos olhos não é fácil, mas é necessário. Para melhor viver, se não tranquilamente, pelo menos de uma maneira interessante. “Queres ser uma pessoa feliz ou interessante?” Entre o choque e o assombro diários. — Sónia Baptista
Uma das feiras mais emblemáticas da cidade, destina-se exclusivamente à venda de objetos usados, designadamente roupas, louças, mobiliário e artigos decorativos, discos, livros, aparelhos elétricos e/ou eletrónicos, utensílios domésticos e de trabalho (ferramentas). Localização: Avenida 25 de abril
Quem visitar a Praça de Carlos Alberto encontrará um dos primeiros mercados de rua a surgir na cidade, com ofertas variadas: discos de vinil, ilustrações, cadernos e livros, cosméticos naturais, bijutaria, mel e massa fresca, chás e ervas aromáticas, cerâmicas, brinquedos de madeira ou artigos de decoração. O mercado, de acesso livre, tem sempre música ambiente e ainda um pequeno espaço de conforto para os visitantes relaxarem. Como o evento se realiza ao ar livre, está sempre dependente de condições climáticas favoráveis.
Luís Tinoco inspirou-se num livro de Yvette K. Centeno para escrever um concerto com um carácter silencioso, em que o solista é desafiado a explorar uma variada paleta de timbres e cores em diálogo com a orquestra. A obra foi escrita para Horácio Ferreira, um dos mais premiados e aclamados clarinetistas da nova geração. A terminar, um concerto de Vasco Mendonça que recebeu a ovação da crítica quando da sua estreia, em 2018.
Fábio Porchat- Stand up Comedy . O comediante do momento no Brasil, co-fundador do colectivo Porta dos Fundos, regressa a Portugal para estrear o seu novo solo de Stand up Comedy. Histórias, comédia de observação e humor acutilante serão por certo, ingredientes presentes para uma noite única. Após o sucesso do solo anterior, Fábio Porchat presenteia os portugueses com a estreia em Portugal do seu novo solo. A não perder.
Feira tradicional, de cariz popular, com alguns anos de atividade, onde pode adquirir aves, enquanto animais de companhia. É permitida, a comercialização de gaiolas, comedouros, bebedouros, poleiros, alimentação e demais artigos necessários para o alojamento, manutenção e criação. Mesmo que a intenção não seja comprar encante-se com os cantares das aves, com as suas cores e o movimento da feira. Ao passar pela feira ninguém escapa ao deslumbramento de olhar o Rio Douro e as pontes.
Local de encontro de vários colecionadores, esta feira tem como objeto a venda e troca de moedas, postais, selos e outros objetos colecionáveis afins. Realiza-se debaixo das arcadas dos prédios que rodeiam a praça.
Com muitos anos de existência, esta feira é já uma tradição sociocultural. É muito procurada, quer pelos moradores do Bairro da Pasteleira, quer pela população em geral. Vendem-se aqui diversos produtos, nomeadamente produtos alimentares, roupa, calçado e têxteis lar. Localização: Rua Bartolomeu Velho
Poucas pessoas são tão aclamadas mundialmente e de forma tão “silenciosa” como o sueco José Gonzalez. “Local Valley”, o seu aguardado quarto álbum, serve como um lembrete aliviante de que não é preciso gritar para ser ouvido. Desde o seu single de estreia, “Crosses” (2003), tanto ele como a sua música permaneceram silenciosos e despretensiosos. “Local Valley” mostra a sua habilidade singular para comunicar com modéstia, mas de forma poderosa — começando com a ensolarada “El Invento”, a primeira música que gravou em espanhol (a língua nativa da sua herança argentina), e terminando com a intimista e rapsódica “Honey Honey”. Ao longo do caminho, envolve-nos no seu hipnotismo melódico e métrico característico, influenciado por composições de cantores folk clássicos e canções com influências da América Latina e de África.
August Strindberg cruza-se no caminho da Público Reservado, companhia que cultiva um idiossincrático teatro de repertório, com visitas recentes aos universos de Novarina, Handke, Lagarce ou Pirandello. Agora, e como resposta a um repto do TNSJ, dá a mão a Menina Júlia (1888), peça escrita em apenas duas semanas. Urgência que talvez se explique porque o verbo “amar” é aqui declinado como “febre entrecortada pelas síncopes do ódio”, nas palavras do dramaturgo sueco. Menina Júlia fala-nos de casas e de paredes que teimamos em colar às mulheres, de corpos à solta nas guerras do amor, de uma luta de classes que é indissociável da luta de sexos. Sonata intimista jogada num ringue social, dir-se-ia. Renata Portas olha para este tumulto e formula-lhe desejos: “Gostaria que esta encenação fosse como um baile iniciático: entre a ronda de Schnitzler e os miúdos de Larry Clark, que fosse uma ode à sensualidade, à beleza; e à queda livre, que enunciaram Artaud, Rimbaud, Van Gogh e todos os que se atreveram a ir ao abismo de si mesmos.”
Já lhe chamaram o “Sting africano”, já o elegeram como a reencarnação de Jaco Pastorius, mas o estilo singular e electrizante de Richard Bona colocam-no para lá de qualquer comparação. Um músico autêntico, de voz cativante e técnica virtuosa no baixo, fabuloso criador de canções e sempre fiel às suas raízes. Nascido e criado nos Camarões, Richard Bona chegou a Nova Iorque em meados dos anos 90 e deslumbrou multidões com o seu som invulgar e a sua presença em palco. Mostrou a sua verdadeira personalidade com uma estreia impressionante, em 1999: Scenes From My Life. Em 2002 percorreu o mundo como membro do Pat Metheny Group, e mais recentemente criou o grupo Mandekan Cubano, que mergulha nas raízes africanas, sul-americanas e cubanas. Com sete álbuns editados e múltiplos prémios, seduz de igual forma os públicos do jazz, da pop, do afro-beat e do funk. Um excelente arranque do Ciclo Jazz 2022.
Sob a direção do seu maestro titular, Stefan Blunier, a Orquestra Sinfónica percorre diversas latitudes que ilustram o amor dos compositores pelos lugares onde nasceram e cresceram. Smetana leva-nos desde a nascente do rio Moldava, nas montanhas da Boémia, até às águas do Elba. Já de Vianna da Motta chega-nos a Sinfonia à Pátria, uma das mais importantes obras da história da música nacional, que se inspira em Luís de Camões e contém citações de temas populares como “As Peneiras”, de Viseu, e “O Folgadinho”, da Figueira da Foz. O programa inclui ainda a versão orquestral de uma peça “em parte séria, em parte divertida” de Charles Ives, um arranjo do tema tradicional “America (My Country, Tis of Thee)”.
Dia 12 de fevereiro, a Praça da República acolhe mais uma edição do FleaMarket Porto. Vendedores e compradores reúnem-se em torno da "mais fina tralha da cidade". A "feira da pulga" promete mais um ano de edições com todo o tipo de artigos usados (roupa, discos, livros, louças, brinquedos, selos, moedas…) e também outras ofertas, como doces caseiros. O mercado ao ar livre promete ser um ponto de encontro de vendedores e compradores de artigos em segunda mão.
A descoberta da história do FC Porto é uma viagem fascinante pelos 127 anos de vida do clube. A memória azul e branca é transversal a três séculos e faz parte da identidade portuense e portuguesa, admirada e procurada em todo o Mundo. Conhecer e interpretar todo o legado portista é sempre uma experiência única e marcante, tornando-se ainda mais exclusiva através desta Visita Orientada, que tem a assinatura de qualidade do Serviço Educativo do Museu FC Porto. A participação é gratuita mediante a aquisição de bilhete Tour FC Porto. Conduzida por um Orientador do Museu, a visita está sujeita a lotação máxima e a pré-inscrição. Nota: Evento sujeito a regras de lotação máxima, no âmbito do cumprimento de recomendações das autoridades de saúde.
The Black Mamba é atualmente uma das bandas portuguesas mais enérgicas, talentosas, emocionantes e apaixonantes que se apresentam ao vivo. A banda formou-se em maio de 2010, quando Pedro Tatanka e Miguel Casais decidiram unir-se para percorrer o universo do blues, soul e funk, adaptando-o ao seu habitat natural. Dez anos e três álbuns depois - “The Black Mamba” (2012), “Dirty Little Brother” (2014) e “The Mamba King” (2018) - The Black Mamba já tocou nos maiores locais e eventos em Portugal, e levou o seu “veneno” para Espanha, Brasil, EUA e Reino Unido. “It Ain't You”, “Wonder Why”, “Believe” e “Still I Am Alive” são apenas alguns dos seus sucessos mais conhecidos e que continuam a surpreender o público a cada presença em palco. Em 2021, eles abraçaram um novo desafio ao representar Portugal no Eurovision Song Contest 2021 com a canção “LOVE IS ON MY SIDE”. Finalmente milhões de pessoas tiveram a oportunidade de conhecer esta banda incrível, tendo a sua performance em palco impressionado, não só o júri do concurso, como também o público espalhado pelo mundo. The Black Mamba, para ver ao vivo no Coliseu do Porto. ‘Montepio às vezes o amor’ é uma festa de música e emoções que vai espalhar amor por todo o país. Portugal fica mais amoroso. Nomes amados da música portuguesa fazem da paixão o mote para noites românticas e calorosas. Haverá música para preencher os corações que se apaixonam. Garanta já o seu bilhete para uma noite inesquecível!
Uma das mais célebres obras orquestrais do século XX, a suite “Os Planetas” de Gustav Holst reflete o fascínio do compositor pela astrologia. Cada um dos andamentos descreve o carácter associado aos planetas então conhecidos. Neste cine-concerto, a interpretação da obra conta com projeções de imagens dos astros que nos circundam. O programa inicia-se com uma obra de Philippe Manoury que explora a interação da flauta com um sistema de síntese digital em tempo real, procurando fazer a máquina assemelhar-se ao ser humano: escuta, espera por um acontecimento, reage quando ele ocorre. A obra data de 1987 e representou uma revolução na forma de conceber a composição com recurso a meios eletrónicos.
“Presente” é o segundo álbum de originais do artista e dá nome à Tour que se prepara para correr Portugal. Será uma noite memorável e de comemoração, em que para além das canções de “Presente”, de que fazem parte sucessos como “Tal Como Sou”, “Melodia da Saudade” e “Se Eu”, não faltarão os hits que marcaram o arranque da sua ainda curta carreira: “Espera”, “Nada Mais” ou “Voltas”, entre muitas outras surpresas. Esta noite especial terá direito a uma preparação cénica, visual e artística única. Em palco, Fernando Daniel vai estar acompanhado por Fernando Mendonza nas teclas, Ivo Magalhães nas guitarras, Tiago Silva no baixo e Mike Pestana na bateria.
Há uma história pessoal na génese deste espetáculo: Pedro Penim vai ter um filho através do controverso processo de gestação por substituição. Pais & Filhos é o “vórtice” em que agora se encontra o ator e encenador, que aqui dá continuidade a um trabalho de duplicidade entre o documento biográfico e a criação de um universo ficcional. O espetáculo coloca em relação um celebrado romance russo e um tema revitalizado pelo ativismo revolucionário queer: a abolição da família. Pedro Penim parte de Pais e Filhos (1862), de Ivan Turguéniev, e deixa-se influenciar pelas teorias queer marxistas de pensadoras como Sophie Lewis, Jules Joanne Gleeson ou Alyson Escalante, que repensam o parentesco e o cuidado das crianças para além da família biológica, defendendo ideias como a “gestação de substituição total” ou a “abolição dos géneros”. Com este projeto, o Teatro Praga procura aprofundar o debate sobre a filiação e a família, expandindo Pais & Filhos para uma dimensão que está para lá de uma história pessoal.
Com uma discografia que se espraia por cerca de duas dezenas de álbuns originais e que recua até 1968, os Jethro Tull de Ian Anderson são uma verdadeira instituição do rock britânico, tendo ao longo da sua extensa carreira tocado vários dos estilos, do blues-rock ao jazz de fusão, cruzando mais tarde a folk, o heavy e até a música clássica para criarem a sua própria visão do que ficou conhecido como rock progressivo ou rock sinfónico, corrente de que são um dos expoentes. O grupo que atualmente consiste do líder Ian Anderson e ainda de músicos como o baixista David Goodier, do teclista John O’Hara, do baterista Scott Hammond e do guitarrista Joe Parrish mantém-se ativo e tem até prevista a edição de um novo álbum para 2022, The Zealot Gene. Uma dezena de trabalhos ao vivo reforça também o facto dos Jethro Tull terem sido sempre uma aclamada força de palco, facto que lhes valeu vénias de muitos dos seus pares, de Bruce Dickinson dos Iron Maiden a Eddie Vedder dos Pearl Jam ou até Nick Cave. Com vários sucessos de vendas e de crítica, como os clássicos Thick as a Brick, A Passion Play ou War Child e Songs From The Wood, os Jethro Tull forjaram uma identidade única que marcou gerações. E agora preparam-se para regressar a Portugal, 20 anos depois de uma memorável passagem pelo então Pavilhão Atlântico.
Vórtice é um espetáculo que deambula entre a composição musical e a instalação, transformando o concerto convencional num formato mais plástico, imersivo e dinâmico. O público é convidado para uma viagem em que poderá interagir com três visões sobre o fim do Tempo, de três compositores. Estas visões são intercaladas por instalações sonoras e luminosas, mas a oposição não é estrita: pelo contrário, o espetáculo desliza de forma fluída entre os dois registos. Mais do que um concerto de música erudita, contemporânea, clássica ou eletrónica, uma experiência estética que desafia ao abandono dos grilhões temporais dos relógios, na procura do centro do vórtice, na busca meditativa do próprio Tempo.
Qual é a esperança de vida de um saco de plástico do polietileno de crude até ao momento em que é deitado fora? Quanto tempo é efetivamente usado? Muito pouco, comparado com o tempo que perdurará no planeta, soprado e fustigado pelo vento. É então que começa a sua verdadeira vida, a sua vida autónoma. Saquinho de plástico anónimo entre os inúmeros saquinhos de plástico do mundo a caminho de uma eternidade à prova de decomposição. Esperemos que haja um vento forte que o ajude a ultrapassar quaisquer obstáculos, que o leve pelos oceanos e montanhas, para encontrar novas possibilidades e experimentar vidas diferentes. E se nós, humanos, tão firmemente ancorados ao chão, e se também nós pudéssemos escapar à força da gravidade e voar com o vento, por fim livres, levados pela valsa arbitrária do ar? E se estivéssemos a alimentar inconscientemente a nossa sede de descoberta de territórios desconhecidos, de travar batalhas incertas para tornar cada um dos nossos membros parte de nós, autónomo e incontrolável. De pé ou de cabeça para baixo, libertos das mãos para cima, ser o objeto de toda a deslocação e movimento. Apenas um som e a carícia do ar. Esta peça usa uma simples turbina para criar um turbilhão. As personagens dos saquinhos de plástico desenham trajetórias no espaço, respondendo ao movimento do ar que, por sua vez, é controlado pelo protagonista. – Phia Ménard
Tarek Atoui, artista e compositor eletroacústico, trabalha em composições de grande escala que resultam de uma investigação antropológica, etnológica, musicológica e técnica. As suas exposições cruzam instalação, performance e ensinamentos em processos que se afastam da noção convencional de performance — tanto do ponto de vista do performer como do público — e que sugerem formas visuais, auditivas, táteis e somáticas de experienciar o som. Esta primeira exposição em Portugal é parte do projeto I/E, em curso desde 2015, no qual Atoui regista os sons de cidades portuárias — Atenas, Abu Dhabi, Singapura, Beirute ou o Porto -, gravando as atividades industriais, humanas e ecológicas dos seus portos. Trabalhando em parceria com Eric La Casa, artista e especialista em gravação de som, escutam os sons abaixo da superfície do mar ou dentro de materiais como metal, pedra e madeira. Em Waters’ Witness, as gravações áudio dos portos de mar de Atenas, Abu Dhabi e Porto são reproduzidas através de materiais escolhidos para cada uma das localizações: blocos de mármore de Atenas, vigas de aço de Abu Dhabi e estruturas de madeira que albergam composto, vermes e material orgânico, especificamente produzidas para a apresentação em Serralves. O trabalho com material orgânico em decomposição conduz Waters’ Witness numa direção até agora inédita: uma ecologia acústica que recebe e perpetua sons residuais através das fronteiras audíveis de um mundo em fluxo. Esta paisagem sonora única estende-se da sala central do Museu até ao Parque sob a forma de constelações sonoras, plataformas e sistemas de som, ativados ao longo de todo o período de permanência da exposição em performances programadas, workshops colaborativos e oficinas educativas.
De modo a que as forças aliadas em luta contra os países do Eixo pudessem combater em solo europeu, estas empregaram o bombardeamento de saturação como estratégia de defesa, a qual, usada em ambos os lados, acabou por dar origem a uma tragédia humana sem precedentes em toda a Europa Ocidental. Cidades inteiras foram arrasadas, ficando os seus habitantes enterrados sob os escombros. O meu avô materno foi uma dessas vítimas quando Nantes foi alvo de bombardeamento de saturação pelos Aliados em 1943. Durante a minha infância, a imagem e as consequências das bombas não me pareciam reais; as bombas não passavam de fantasia como para muitas crianças. Foi muito mais tarde, quando percebi que não íamos depositar flores na campa do meu avô, mas em vez disso íamos visitar uma vala comum, que compreendi a infâmia terrível das bombas. Talvez tenha sido nesse momento que a minha mente tropeçou nas palavras “Plano Marshall”, o programa montado para reconstruir a Europa: organizar a destruição em massa e depois gerir a reconstrução de cidades devastadas pela guerra, seguindo o modelo de uma casa refabricada e de um plano de desenvolvimento urbano reescrito. Construir uma aldeia “Marshall” de cartão feito à medida da mesma forma que erguemos um conjunto de tendas para refugiados. Só que aqui, sob uma nuvem aparentemente inofensiva. Um gesto simples, repetitivo, como um robô. Espalhar, traçar, cortar, montar, colocar no sítio, depois começar tudo de novo. Parece estar tudo perfeito, excetuando aquela nuvem, que parece estar a ficar maior, mais espessa e mais escura. Talvez um raio de luz, uma brisa suave, depois chuva forte a dado momento, um aguaceiro, talvez mesmo uma tempestade com torrentes de água! A aldeia Marshall colapsa, apesar da energia despendida a tentar salvá-la. Fica em papa, uma trapalhada pegajosa em que se afogam corpos… – Phia Ménard
As Manhãs da Comercial prometeram e vão cumprir: o regresso aos Concertos vai ser no Porto. 25 e 26 de fevereiro, na Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, Vasco Palmeirim, Vera Fernandes, Nuno Markl e Pedro Ribeiro apresentam as canções das Manhãs da Comercial, o programa de Rádio líder em Portugal. E não vão estar sozinhos. No palco estará com eles a Lisbon Film Orquestra, além da habitual banda que acompanha as manhãs. Um regresso em grande, a não perder.
O Rapper natural de Barcelona nasceu em 1999 e foi em 2019 que se lançou com os primeiros temas. Uns meses após o lançamento, tornou-se num autêntico fenómeno. Todas os singles que o artista lança alcança as milhões de visualizações e tornou-se provavelmente no artista ibérico mais ouvido nos últimos meses. Morad está a preparar o lançamento do primeiro álbum e vai fazer sua apresentação em Portugal em Fevereiro de 2022.
O Carnaval toma de assalto a Sala Suggia, com uma célebre abertura de Rossini e danças das mais variadas origens, sugerindo também muitos trajes tradicionais. Não faltam assim ideias para os disfarces que todos, músicos e público, são convidados a trazer para este Concerto de Carnaval da Orquestra Sinfónica. Em programa estão algumas das composições mais célebres do repertório sinfónico, com ritmos contagiantes oriundos da Roménia, da Hungria, da Rússia ou de Espanha. “O Sonho de uma Noite de Verão”, inspirado na peça de teatro de Shakespeare, completa o convite para um concerto mágico e pleno de fantasia.
Preparados para a noite mais carnavalesca do ano? O Lust Porto vai ser transformado num autêntico sambódromo por uma noite, com bar aberto. O que significa bar aberto toda a noite? Podes pedir as bebidas que quiseres, toda a noite em todos os bares. As bebidas de serviço incluem Moskovskaya, Grants, Gordon's, Captain Morgan, Malibu, Safari, Mysthic Black e Mysthic Morango. As entradas VIP podem contar com bebidas como Absolut, Redlabel, Bombay Sapphire, Gordon's Pink, Malibu, Safari, Mysthic Black e Mysthic Morango. Prepara o teu melhor disfarce para o maior sambódromo da cidade.