Cadernos A & B: Prelúdio e Fuga

30/10/2020

O Gabinete do Desenho da Casa Guerra Junqueiro acolhe a exposição "Cadernos A & B: Prelúdio e Fuga", do artista Jorge Feijão. De entrada livre, mediante lotação do espaço, e seguindo o cumprimento escrupuloso das medidas preventivas, a mostra pode ser visitada até 24 de janeiro de 2021. Trata-se de uma oportunidade única para descobrir uma imensa série de desenhos, de pequeno formato, entre o esquiço e o acabado, a luz e a escuridão, a velocidade e a ponderação da mão e do pensamento. Como se nesta exposição do Museu da Cidade, o próprio desenho se revelasse através de uma certa cadência musical. O conjunto de trabalhos que está em exibição constitui-se - faça-se a analogia - como um palimpsesto de motivos que se assemelham a atlas de imagens. Muito utilizado na Idade Média, o palimpsesto era um manuscrito em pergaminho ou papiro, que era regularmente raspado ou apagado para permitir a reutilização do material e a posterior sobreposição de um novo escrito, ainda que se vislumbrassem vestígios do texto manuscrito anterior.

Feira de Artesanato da Batalha

Até 31/12/2022

Esta feira começou de uma forma espontânea na Praça da Batalha onde eram comercializados os produtos manufaturados (bijuteria, carteiras, entre outros). Nos anos 90 a Câmara Municipal do Porto regulamentou esta atividade, através da criação da Feira de Artesanato da Batalha.

Cultura e Geografias - Centenário da Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Até 27/12/2020

A partir de 6 de dezembro de 2019 e até 27 de dezembro de 2020, o Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP) acolhe, no seu polo central (Edifício Histórico da Reitoria da Universidade do Porto, à Cordoaria), a exposição Culturas e Geografias. A assinalar o ano comemorativo do seu centenário, a Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) coorganiza com o MHNC-UP, e em colaboração com o Museu Nacional de Soares dos Reis, uma exposição que dá a conhecer as coleções que integraram o seu acervo museológico e artístico durante a primeira fase da sua existência (1919-1931). Originalmente utilizadas como suportes de ensino em três salas-museu da primeira FLUP, estas coleções que, em 1941, transitaram para a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, encontram-se agora à guarda do MHNC-UP. Através de um conjunto de 250 peças extraordinárias de arqueologia e etnografia, os visitantes serão convidados a fazer uma viagem ao longo do tempo, durante a qual poderão explorar vivências e rituais das comunidades humanas em cada um dos cinco continentes.

Revolução de 24 de Agosto de 1820: Prelúdio do Liberalismo em Portugal

Até 01/08/2021

Inaugura no Museu Militar do Porto, a exposição "Revolução de 24 de Agosto de 1820: Prelúdio do Liberalismo em Portugal", com curadoria Fernando Gonçalves. Aberta ao público durante dez meses (até 1 de agosto de 2021), a mostra expositiva aviva a bravura de um grupo de notáveis cidadãos do Porto, que dava o primeiro passo para o fim da influência inglesa e a decorrente monarquia liberal há 200 anos. O Norte exigia o regresso do Rei, uma Constituição, a justiça e a prosperidade. Estavam lançadas as sementes do progresso e da modernidade em Portugal e há documentos e peças históricas que comprovam.

A Arte do Falso

Até 23/12/2020

Mais de 200 quadros falsificados, apreendidos nos últimos 15 anos pela Diretoria do Norte da Polícia Judiciária (PJ), estão em exposição na Alfândega do Porto. "A Arte do Falso" reúne não só obras contrafeitas de nomes como Picasso, Júlio Pomar, Cesariny, Malangatana, Amadeo Souza Cardoso, como também objetos insólitos, que revelam a genialidade dos criminosos. Entre falsificações de notas, guarda-chuvas que se transformam em armas, a quadros expostos em leilões de galerias de arte que tinham passado pelo crivo de especialistas, a exibição reserva muitas surpresas, entre elas uma máquina que teria o dom de curar as pessoas ao simples acender de umas luzes. As obras falsas expostas ao público foram sendo localizadas pelos inspetores da PJ, principalmente nas áreas urbanas de Lisboa e Porto, em galerias de arte, leilões, feiras, exposições e antiquários. Na mostra existe ainda um espaço dedicado aos mais novos, onde podem colher impressões digitais e compará-las em diferentes superfícies.

PAR(S) 1

01/12/2020

Num mundo crescentemente digital e em velocidade, surge a necessidade abrandarmos e de desenvolvermos novos formatos de apresentação e sobretudo novos formatos de criação e modos de trabalho que nos permitam continuar a consolidar os trabalhos artísticos, na realidade atual. Numa temporada híbrida entre o presencial e o digital, o Teatro Municipal do Porto convida 10 artistas para uma colaboração especial, desenhada especificamente para as plataformas online, onde um realizador e um artista performativo, em dupla, a par e par e numa relação de igualdade, são convidados a criar um novo objeto digital que cruze os seus universos e discursos. A imagem em movimento cruza-se assim com as áreas da dança, circo contemporâneo, literatura, teatro e formas animadas, permitindo também desta forma que vários públicos, mesmo os mais distantes, possam aceder a estes trabalhos.

R. H. Quaytman

Até 30/05/2021

12 €

R. H. Quaytman emprega técnicas de reprodução mecânica e tradições da arte conceptual para criar séries fechadas de obras divididas em capítulos. As partes subsequentes são numeradas para marcar a passagem do tempo e o gradual completar da vida e do projeto artístico. A artista trata todas as exposições e pinturas apresentadas como um empreendimento criativo. R. H. Quaytman aborda a pintura como se fosse poesia: ao ler um poema, repara-se em palavras específicas, apercebemo-nos de que cada palavra ganha uma ressonância. As pinturas de Quaytman, organizadas em capítulos estruturados como um livro, têm uma gramática, uma sintaxe e um vocabulário. Enquanto o trabalho é delimitado por uma estrutura rígida a nível material - surgem apenas em painéis chanfrados de contraplacado em oito tamanhos predeterminados resultantes da proporção áurea -, o conteúdo de final aberto cria permutações que resultam num arquivo sem fim. A prática de Quaytman envolve três modos estilísticos distintos: serigrafias baseadas em fotografias, padrões óticos, como moiré e tramas cintilantes, e pequenos trabalhos a óleo pintados à mão. O trabalho de Quaytman, apresentado pela primeira vez em Portugal, aponta para as novas possibilidades da pintura de hoje, o que é uma pintura, um ícone? Quais são os meios da pintura numa cultura saturada pela estimulação visual, da fotografia à floresta digital dos signos? A pintura aina é um meio relevante para partilhar a nossa história? A exposição é coorganizada pelo Muzeum Sztuki in Lódz, Polónia, e pela Fundação de Serralves - Museu de Arte Contemporânea, Porto. Comissariada por Jaroslaw Suchan.

No History In A Room Filled With People With Funny Names 5

Até 13/06/2021

12 €

Esta é a primeira exposição em Portugal de Korakrit Arunanondchai (Tailândia, 1986), artista que se move entre os campos do vídeo, da performance, da escultura e da instalação e que se divide entre duas culturas: a do oriente, onde nasceu e cresceu e a ocidental, em particular a dos EUA, onde a partir de 2009 estudou artes e onde tem vivido nos últimos anos (alternando com estadas na Tailândia). A obra de Arunanondchai explora e relaciona temas como religião e mitologia orientais, ambiente, ecologia, música, geopolítica e desenvolvimento tecnológico, contrapondo a espiritualidade asiática ao pragmatismo ocidental. Arunanondchai reflecte sobre a vida contemporânea e a situação da humanidade no tempo da tecnologia, especulando sobre as consequências do Antropoceno, era recentemente definida e que marca o efeito da actividade humana enquanto força ambiental dominante no planeta, capaz de alterar a sua composição geológica. Na sua prática, o artista recorre a acontecimentos e experiências de cariz autobiográfico. Em várias obras, amigos e familiares participam e são de alguma forma envolvidos no trabalho. No history in a room filled with people with funny names 5 (2019) é uma instalação feita em parceria com o artista Alex Gvojic (E.U.A., 1984), amigo com quem tem vindo a trabalhar há vários anos. Boychild, artista ligada à performance e à dança que tem regularmente colaborado com Korakrit Arunanondchai, é também uma figura presente nesta obra. No history in a room filled with people with funny names 5 envolve o espectador num ambiente nocturno e misterioso em que uma tripla projeção vídeo é conjugada com raios laser emitidos a partir de uma escultura que sugere uma figura humana jacente. A terra que cobre o chão e a presença de materiais naturais (conchas, ramos) lembram um ambiente pré- ou pós- histórico. No history in a room filled with people with funny names 5 congrega uma grande diversidade de imagens e de sons, criando uma atmosfera excessiva, envolvente e perturbadora. Os vídeos juntam filmagens originais — como as registadas por um drone da estação de rádio de Ramasum Camp, símbolo da história recente da Tailândia enquanto aliada dos EUA durante a guerra do Vietname e agora transformada em destino turístico — e outras pré-existentes, como a transmissão televisiva do episódio mediático do resgate de 12 rapazes e do seu treinador de futebol que ficaram presos numa gruta na Tailândia em 2018. Esta obra foi inicialmente encomendada pelo Centre d’Art Contemporain Genève para a Biennale of Moving Image de 2018 e apresentada na Bienal de Veneza em 2019.

Hugo Canoilas

Até 09/05/2021

12 €

Especificamente concebida para a sua Galeria Contemporânea, a primeira exposição de Hugo Canoilas (Lisboa, 1977) no Museu de Serralves confirma e expande algumas das preocupações que melhor definem a prática deste artista: a especulação sobre as relações entre arte e realidade (eventos políticos e sociais), a interrogação sobre as características e limites da pintura, e a ênfase conferida ao trabalho colaborativo. Com formação em pintura, Canoilas tem vindo a examinar o lugar deste meio artístico, a forma como ele é percecionado quer por visitantes de museus quer por transeuntes (o artista é conhecido por intevenções no espaço público que nunca são anunciadas como obras de arte). No caso desta exposição em Serralves, Canoilas prescinde do lugar onde mais naturalmente esperamos ver pinturas - as paredes da galeria -, e decide intervir no chão, no rodapé e no teto da Galeria Contemporânea - espaços negligenciados por quase todas as exposições de pintura. No chão apresentam-se três peças em vidro colorido que representam medusas. Realizadas na Marinha Grande, estas águas-vivas - possíveis símbolos do aquecimento climático, mas também das ideias de informe e de metamorfose na origem de vários trabalhos de Hugo Canoilas - devem poder ser pisadas pelos visitantes da exposição. O protagonismo conferido ao solo é confirmado pelo rodapé-pintura (em forma de caixa de luz, com uma pintura em linho no exterior esticada como uma tela, delimitando o espaço da exposição) em que o artista dá visibilidade a um elemento arquitetónico tão comum quanto despercebido. Já no teto da sala, Hugo Canoilas criará uma pintura gestual que, à imagem das suas mais recentes pinturas abstratas, parte de imagens da flora e fauna do fundo do mar. Saliente-se que a pintura também funciona como uma caixa de luz que cria uma aura na sala, afetando a perceção das medusas. As medusas sáo animais fascinantes, que ao longo dos seus invulgares ciclos de vida passam por várias metamorfoses, reproduzem células de formas inusitadas. A sua observação, que testemunha variações dramáticas de configuração, desafia todas as conceções de estabilidade, todas as ideias sobre a relação entre as partes e integralidade. Exatamente como esta exposição de Hugo Canoilas, composta de três elementos distintos - Chão, rodapé e teto - que se afetam mutuamente (em cooperação, simbiose competição, predação e parasitismo) e que é exemplar de uma prática artística que não se cristaliza numa forma, mas que constantemente se interroga nos seus limites, funções e pressupostos.

Manoel de Oliveira Fotógrafo

Até 27/06/2021

12 €

As mais de cem fotografias que se apresentam na exposição Manoel de Oliveira Fotógrafo são uma das grandes surpresas que o arquivo pessoal do realizador, integralmente depositado em Serralves, reservava. Produzidas entre os finais de 1930 e meados dos anos 1950, estas imagens, guardadas durante várias décads e na sua maioria inéditas, revelam uma faceta desconhecida de Oliveira e abrem novas perspectivas sobre a evolução da sua obra. A passagem de Manoel de Oliveira pela imagem estática é uma etapa determinante do seu percurso como cineasta. Em diálogo tanto com o pictorialismo como com o construtivismo e com as experiências da Bauhaus, as suas fotografias estão a meio caminho entre a exploração dos valores clássicos da composição e o espírito modernista que animou toda a primeira fase da sua produção cinematográfica. Investida, quase sempre, de propósitos artísticos, a fotografia é para o realizador um instrumento de pesquisa formal e de experimentação, uma obra de modalidade para interrogar, muitas vezes um relação direta com os filmes, a construção de uma linguagem visual própria. As imagens que agora dão a conhecer acrescentam, certamente, um novo capítulo à história da fotografia portuguesa dos anos 1940. Mas elas constituem, também, um precioso instrumento para enquadrar o modo como Manoel de Oliveira passa a assegurar, durante um período de dez anos, a direção de fotografia dos seus próprios filmes, bem como para contextualizar, numa perspetiva mais ampla, o rigor de composição que, de uma maneira geral, caracterizam todos os seus filmes. Olhando para estas imagens, não interessará muito saber onde começa o fotógrafo e onde acaba o cineasta, nem definir, com precisão, até que ponto o primeiro poderá ter tomado por vezes, o lugar do segundo. Importará, sim, questionar o modo como esta convivência estre dois modos de ver e de pensar se corporiza na obra de Manel de Oliveira. Curadoria de António Preto, Diretor da Casa do Cinema Manoel de Oliveira. Todas as fotografias expostas pertencem ao Acervo de Manoel de Oliveira, Casa do Cinema Manoel de Oliveira - Fundação de Serralves, Porto.

Mercado da Ribeira

Até 31/08/2021

O Mercado da Ribeira é constituído por 10 lojas, e foi criado após a renovação do antigo mercado. Produtos alimentares na sua vertente tradicional, produtos de interesse turístico e promocionais, e restauração. Localização: Cais da Ribeira (Junto ao pilar norte da Ponte D. Luís I)

50 Anos de fotografia - 1970-2020 de Alfredo Cunha

Até 02/05/2021

Este Alfredo Cunha de quem se fala é o homem com a sua câmara e o seu olhar. Qualquer bom fotojornalista intui, antes de o saber claramente, que uma imagem, que deve encerrar todo um conteúdo e uma sedução, é, sempre foi, um momento decisivo. Antes de ser definido por Cartier-Bresson, já existia na mente de quem fotografa o acontecimento, o rosto e o movimento. Na longa carreira de 50 anos de Alfredo Cunha, muita coisa mudou: o país que fotografa; o equipamento que usa — já longe da primeiríssima Petri FT, da Leica M3, que começou a usar em 1973, e das Leicas que se seguiram e a que se manteve sempre fiel; o suporte — do analógico, maioritariamente preto e branco, ao digital, que pratica desde 2003. A imagem fotojornalística responde à exigência de concordância com o texto, também se liga ao onde, quando, como e porquê. Porém, quando o fotógrafo já definiu o seu estilo — e é esse o caso de Alfredo Cunha —, a sedução da imagem sobrepõe-se à sedução da notícia. Em todas elas se torna difícil associar a imagem a um estilo pois Alfredo Cunha ultrapassa a corrente do momento e o tema. E é neste sentido que podemos dizer, com Barthes, que as suas fotografias resultam sem código, dependem da transmissão do seu para nosso afeto. Teresa Siza (texto adaptado)

Volta a Paranhos

02/12/2020

10 €

Mantendo a tradição, o Sport Comércio e Salgueiros vai organizar a 63.ª edição da Volta a Paranhos, desta feita num formato virtual que se estenderá por uma semana, entre 2 e 8 de dezembro. A prova de estrada organizada ininterruptamente há mais tempo em Portugal salta assim, de forma segura, as fronteiras da freguesia de Paranhos, convidando à participação de todos os atletas e desportistas, em qualquer ponto do país ou do mundo. Realizada, tradicionalmente, no feriado de 8 de dezembro, a Volta a Paranhos honra o seu legado e, mesmo num modelo diferente, assinalará os 109 anos do Sport Comércio e Salgueiros. O público pode optar por duas modalidades diferentes: a corrida de 10 km, para maiores de 18 anos, ou a caminhada de 5 km, para todas as idades.

Deslaçar um tormento

Até 19/09/2021

12 €

Esta grande exposição dedicada ao trabalho de Louise Bourgeois (Paris, 1911, Nova Iorque, 2010) cobre um arco temporal de sete décadas, dando a ver obras realizadas pela artista entre finais dos anos 1940 e 2010. Visitada e revisitada em inúmeras exposições realizadas durantes as últimas décadas em diversos espaços museológicos do mundo inteiro, a vasta e singular obra de Louise Bourgeois lida com temas indelevelmente associados a vivências e acontecimentos traumáticos da sua infância – a família, a sexualidade, o corpo, a morte e o inconsciente –que a artista tratou e exorcizou através da sua prática artística. Esta exposição é organizada pela Fundação de Serralves — Museu de Arte Contemporânea e o Glenstone Museum, Potomac, Maryland, EUA, em colaboração com The Easton Foundation, Nova Iorque, e coproduzida com o Voorlinden Museum & Gardens, Wassenaar, Países Baixos. To Unravel a Torment tem curadoria de Emily Wei Rales, Diretora e cofundadora do Glenstone Museum. Em Serralves, a exposição foi organizada por Philippe Vergne, Diretor do Museu, com Paula Fernandes, Curadora. Esta exposição contou com o generoso apoio de Hauser & Wirth Gallery.

O sortilégio da Serra da Estrela

Até 27/03/2021

Esta exposição assinala o Centenário do Nascimento de meu Pai, Dr. Leonel Augusto de Almeida Abrantes (1920-2020), com uma ligação especial à Serra da Estrela, sobre a qual investigou e escreveu. Nesta exposição colectiva, «O sortilégio da Serra da Estrela», a decorrer na Galeria Porto Oriental, de 4 de Dezembro de 2020 a 27 de Março de 2021, mostra-se Desenho, Pintura e Escultura. Na exposição, «O sortilégio da Serra da Estrela», podem apreciar-se 26 obras de 26 artistas plásticos, com diversos percursos, idades, sensibilidades e linguagens. A Serra que nos fascina, real ou simbolicamente, permite-nos aqui um outro encantamento e emoção, na contemplação não de «a montanha ao longe em toda a sua magnitude», de Vergílio Ferreira, mas das obras de arte expostas na Galeria Porto Oriental que para ela remetem, seja qual for o olhar de cada artista e a linguagem, técnica e expressão plástica escolhidas.

Herança de Beethoven

04/12/2020

7.5 €

A Segunda Sinfonia traz já a inventividade que denuncia o génio imortal de Beethoven, marcando o momento crucial da sua vida em que se apercebe da irreversibilidade da sua surdez. Daqui para a frente partiria para campos que outros não sonharam desbravar. Ponto culminante de uma primeira fase do compositor e prenúncio para outras obras mais revolucionárias, a sinfonia é marcada por uma luta interior que os críticos ouviram como a imagem de um dragão ferido que se debate pela vida. O programa traz ainda a oportunidade de ouvir o pianista Nicolas Hodges.

Clã

04/12/2020

Os Clã atuam no Cultura em Expansão no ano de lançamento do seu mais recente álbum de originais, Véspera, lançado em pleno confinamento. Este será um concerto pautado pela interpretação dos temas que compõem o novo disco, o nono da banda, e que conta com canções escritas por Sérgio Godinho, Samuel Úria, Capicua, Carlos Tê, Aurora Robalinho, Regina Guimarães e Arnaldo Antunes, e músicas compostas por Hélder Gonçalves. De fora não vão ficar temas incontornáveis que fazem parte da história da banda e de todos nós. Vinte e oito anos após a sua formação, os Clã destacam- -se como uma referência incontestável da música pop/rock nacional, com um percurso marcado pela exploração constante de novas abordagens na composição de canções, parcerias artísticas que não se esgotam em território nacional e colaborações que se estendem a outros universos artísticos como o teatro e o cinema.

Feira dos Passarinhos

Até 31/12/2022

Feira tradicional, de cariz popular, com alguns anos de atividade, onde pode adquirir aves, enquanto animais de companhia. É permitida, a comercialização de gaiolas, comedouros, bebedouros, poleiros, alimentação e demais artigos necessários para o alojamento, manutenção e criação. Mesmo que a intenção não seja comprar encante-se com os cantares das aves, com as suas cores e o movimento da feira. Ao passar pela feira ninguém escapa ao deslumbramento de olhar o Rio Douro e as pontes.

Feira de Numismática, Filatelia e Colecionismo

Até 31/12/2022

Local de encontro de vários colecionadores, esta feira tem como objeto a venda e troca de moedas, postais, selos e outros objetos colecionáveis afins. Realiza-se debaixo das arcadas dos prédios que rodeiam a praça.

Gestos Bravos

Até 20/12/2020

12 €

Podemos ler, logo na primeira página d’O Homem que Plantava Árvores, de Jean Giono, que para conhecer uma pessoa excecional é preciso observá-la durante muitos anos. Se observássemos durante décadas o protagonista da história – e outros plantadores no Brasil, na Índia, etc. – veríamos como, com o passar do tempo lento dos anos, vão deixando atrás dos seus passos florestas construídas bolota a bolota, rebento a rebento. Ao olharmos para a paisagem vemos o seu enorme projeto de vida, contruída de pequenos gestos generosos e pacientes, que esperam anos para conhecer o seu maravilhoso resultado. Ao olhar para o rastro que vamos deixando no nosso dia-a-dia, contruído de pequenos gestos displicentes e descuidados, vemos um mar de plástico, de espécies desaparecidas, de desflorestação e de alterações climáticas. Precisamos de olhar com urgência para o impacto das nossas ações não só no hoje, mas no ontem e no amanhã da nossa vida.

Mercúrio Vermelho

Até 13/12/2020

7 €

# Contaminação, Contágio, El-dorado, Vocoder, Neo-Orfeu, Máquina Oráculo, Sangue Mineral, Vampiro Prostético, Lago Bacteriológico, Máscara Da Morte Vermelha, Necromante, Sub-sónico, Superfície, Paisagem # Um monodrama oracular composto a partir de um testemunho mineral-orgânico. Mercúrio Vermelho é um percurso acústico e plástico que segue o delírio pela extração de metais preciosos através do testemunho de uma das suas figuras mais elusivas, o Mercúrio Vermelho. Este monólogo para voz sintética é interpretado por um vampiro - aquele que suga o sangue da terra – num limiar em que uma e outra figura se contaminam, evocando os seus trajetos cruzados assim como as múltiplas histórias, mitos e teorias da conspiração que as rodeiam. Filmado em Kampala, Uganda, durante o lockdown covid-19, Mercúrio Vermelho projeta-se como uma paisagem sintética a ser percorrida pelo visitante. — Jonathan Saldanha

Festa de 15 Anos

Até 13/12/2020

10 €

Em Festa de 15 Anos, o dramaturgo português Mickaël de Oliveira junta-se ao seu congénere brasileiro Diego Bagagal na conceção de um espetáculo que se propõe repensar as dinâmicas e repercussões na nossa contemporaneidade de práticas neocolonialistas. Uma abastada família portuguesa adota, por necessidade, um jovem rapaz brasileiro de ascendência indígena e para ele organiza uma festa de quinze anos, uma quinceañera – ritual social comum nas Américas –, um baile de debutantes de apresentação à sociedade portuguesa, que acabará tingido pela tragédia e pelo horror. Cruzando o privado e o político, Festa de 15 Anos interroga as heranças da colonização, o seu património moral, o fetichismo face às minorias, e revela a dificuldade em criarmos “sínteses que nos consolam e libertam enquanto indivíduos numa comunidade”. Nesta alegoria inspirada no cinema de terror, Mickaël de Oliveira adensa o trabalho empreendido em Sócrates Tem de Morrer (2018).

Três Tristes Tigres

10/12/2020

Os Três Tristes Tigres apresentam o seu novo disco, Mínima Luz, na Associação de Moradores do Bairro Social da Pasteleira – Previdência/Torres. Da palavra cantada à dita, dos projetos a solo à continuidade de colaboração em Osso Vaidoso, Ana Deus e Alexandre Soares são, por mérito próprio, dois dos mais criativos autores nacionais da última década, na música e nos seus cruzamentos com a dança, o teatro ou a literatura. Alheio a saudosismos ou repetições, o regresso dos Três Tristes Tigres à criação de originais, após uma pausa de dezassete anos, mostra-nos um caminho de reinvenção musical que dá enquadramento à poesia de Regina Guimarães, Langston Hughes, William Blake e Luca Argel. Neste concerto, a dupla faz-se acompanhar em palco por Miguel Ferreira (teclados/programações), João Pedro Coimbra (percussão e sampler) e Rui Martelo (baixo).

Haiku

12/12/2020

Qual é a potência da preguiça? Qual é a potência da espera? Num tempo em que o tempo cronológico, o do relógio, se impõe ao tempo “para”, o do coração, uma preguiça de pelúcia gigante, sem qualquer utilidade, mesmo enquanto boneco de pelúcia, está ali, à nossa espera. Que é como quem diz, à espera de nada. Uma preguiça de pelúcia rosa que nos acompanha, invisível, enquanto esperamos. E que se mostra no tempo certo para nos fazer lembrar que esperar não é o mesmo que desesperar. Tomando a forma de instalação imersiva, Haiku é um elogio à preguiça, animal e capital, ambas em vias de extinção.

Lágrimas de crocodilo

12/12/2020

Lágrimas de crocodilo tem como ponto de partida a exploração do tipo de choro designado pela expressão que dá título à peça - expressão utilizada para referir um choro fingido. Trabalhamos a partir dessa ideia de birra - fingimento de emoções utilizado como uma estratégia para atingir determinados fins. Sendo que essa expressão é maioritariamente aplicada a crianças, partimos da birra nessa faixa etária e exploramos a sua evolução para “os mais velhos”. Que formas toma o choro fingido de uma criança e como evolui esse mesmo tipo de estratégia de manipulação emocional para comportamentos congéneres na idade adulta? Quais as situações mais frequentes em que crianças e adultos choram “lágrimas de crocodilo”? E para conseguirem exatamente o quê? — Guilherme de Sousa & Pedro Azevedo

Bruno Gomes Ferreira

12/12/2020

5 €

Bruno Gomes Ferreira iniciou os estudos musicais aos quatro anos na Academia de Música ArtEduca em Vila Nova de Famalicão. Estudou piano com os professores Marian Pivka e Álvaro Teixeira Lopes e paralelamente violoncelo com o seu pai António Ferreira. Em 2012 ingressou no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga onde concluiu o 8.° grau de piano, obtendo a classificação máxima. Frequentou cursos de aperfeiçoamento com os pianistas Tatiana Sarkissova, Guigla Katsarava, Carles Lama, Erik Tawatstjerna, Dmitri Alexeev, Stephen Kovacevich, entre outros. Foi galardoado com vários primeiros prémios como o 13.° Concurso Internacional de Piano Alexander Scriabin em Paris (2013), 15.° Concurso Internacional de Piano Santa Cecília no Porto (cat. Júnior)(2013) e o 18.° Concurso Internacional Cidade do Fundão (2017). Desde 2015 destacam-se as apresentações a solo e música de câmara no Victoria Hall em Genebra, no Palacete de Viscondes de Balsemão no Porto, na Casa da Música, no Bom Jesus e no Theatro Circo em Braga, onde interpretou o Concerto para piano e orquestra de Grieg sob a direção de Jean-Jacques Béreau, no Auditório Municipal da Póvoa de Varzim e no XXXI Festival Internacional de Música do Pará, Belém, Brasil. Em junho de 2018, terminou a licenciatura, obtendo a classificação máxima no exame final, na classe do professor Dominique Weber, na Haute École de Musique de Genève, Genebra, onde terminou também o mestrado na classe do professor Cédric Pescia em 2020. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.

Recordações de Florença

13/12/2020

7.5 €

Uma melodia pode também ser uma recordação de um lugar. Assim o entendeu Tchaikovski, quando baptizou como Souvenir de Florence a sua derradeira obra de música de câmara, destacando assim a melodia do segundo andamento que evoca a cidade italiana. Sob a direcção de um dos grandes maestros da escola russa, a Orquestra Sinfónica desvenda com Helena Marinho os mistérios desta partitura escrita para a inusitada formação de dois violinos, duas violas e dois violoncelos.

Bajazet, considerando o Teatro e a Peste

Até 18/12/2020

12 €

Com a sua leitura cruzada de Racine e Artaud, Frank Castorf, histórico diretor da Volksbühne de Berlim, propõe-nos um teatro da palavra, entre o poeta barroco que desenha com a linguagem o mecanismo que há de libertar o desejo e o demónio que a estilhaça e reinventa para assim se reconstruir. Bajazet, considerando o Teatro e a Peste (2019) celebra também um teatro que é o seu, um estado de urgência feito de imoderação e vitalismo, território de contradições e revelações, num jogo onde a mistura de linguagens serve uma direção de atores ferozmente subtil. O elenco, inteiramente francófono, amadurecido nas palavras trágicas de Racine e no essencialismo teatral de Artaud, completa-se com a presença de Jeanne Balibar, diva do teatro e do cinema franceses, que pudemos ver em Ne change rien, filme de Pedro Costa.

Sete Mares

17/12/2020

9 €

Em 1520, Fernão de Magalhães desbravou mares nunca dantes navegados. Em 2020, a Orquestra Filarmónica Portuguesa leva ao Coliseu partituras nunca antes apresentadas e obras emblemáticas, numa grande viagem pelos sons de países que integraram a primeira volta ao mundo: Portugal, Brasil, Argentina, Chile, Filipinas e África do Sul. Para o final deste concerto comentado, fica reservado um “presente” de Natal. “Sete Mares” celebra o 5º centenário da Circum-navegação, iniciada pelo navegador português Fernão de Magalhães, e terminada pelo espanhol Elcano. A primeira obra só poderia ser, por isso, portuguesa, com “Staccato brilhante Op. 69”, de Joly Braga Santos (1924-1988), um dos maiores compositores portugueses do século XX. A armada partiu de Sevilha em direção ao Brasil. “Psalmus”, do compositor e maestro brasileiro João Guilherme Ripper (1959), é, por isso, a primeira paragem, com uma partitura ritmada e dramática que será interpretada pela primeira vez em Portugal. Em homenagem à descoberta do Estreito de Magalhães, localizado entre a Argentina e o Chile, a Orquestra Filarmónica Portuguesa faz história ao escolher o Coliseu para a estreia mundial de “Faro de Última Esperanza”, do compositor chileno Rafael Díaz (1965). Para nos transportar até à Argentina, berço do Tango, escutar-se-á a belíssima “Oblivion”, de Astor Piazzolla (1921-1992). Na chegada à Ásia seremos recebidos por “Locomotion”, do filipino Saunder Choi (1988). E a passagem pelo Cabo da Boa Esperança, que provou que a Terra é redonda e dissipou as nuvens negras de uma viagem já sem Fernão de Magalhães a bordo, não podia ter outra banda-sonora senão “Clouds Clearing”. Celebrada como uma obra de liberdade, foi composta pelo sul-africano Hans Roosenschoon em 1994, o ano em que foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul, Nelson Mandela. O compositor escolhido para simbolizar o regresso à Europa é Beethoven (1770-1826), também ele um precursor de novas rotas, não marítimas mas sim musicais. Celebraremos o 250º aniversário do nascimento de Beethoven precisamente no dia em que foi batizado, a 17 de dezembro de 1770, com uma das suas mais extraordinárias obras, a 7ª Sinfonia. Num momento em que a cultura também desbrava novos mundos, “Sete Mares”, que conta com os comentários do maestro Osvaldo Ferreira, é a grande viagem que encerra 2020, num Coliseu Porto Ageas de lotação reduzida e em segurança.

A Criada Zerlina

Até 19/12/2020

10 €

“Só se pode fazer bom teatro com algumas coisas belas”, diz-nos João Botelho, daí não constituir surpresa o facto de desviar para o palco aquela que é, nas palavras de Hannah Arendt, a “mais bela história de amor da literatura alemã”. Falamos de A Criada Zerlina, narrativa que o escritor austríaco Hermann Broch inseriu no romance Os Inocentes, publicado em 1950. Zerlina é uma velha criada que, num exercício de retrospeção, expõe uma história de paixão que a envolve a si, à patroa e ao amante desta. Um relato atravessado pelo ressentimento sexual e classista, por um erotismo primitivo e por uma obsessão ética, no qual a personagem de Broch vai desdobrando o seu estatuto: criada, amante, precetora, espia, instigadora de loucura, ciúme e vingança. A transformar “em verdade” este intenso monólogo vamos encontrar Luísa Cruz, desempenho que lhe valeu um Globo de Ouro em 2019. “Uma bela e prodigiosa atriz”, para citar João Botelho, realizador que se estreia (finalmente!) no teatro, lugar de sombras e de intimidades, trespassado aqui por um raio de luz que fere “a obscuridade onde a revelação e o triunfo do texto devem acontecer”.

1984

Até 19/12/2020

7 €

1984. Mergulhamos num turbilhão. O ego é posto à prova, os instintos primários emergem sorrateiramente do couro duro e bem trabalhado que vestimos para os outros. Talvez um lunático seja apenas uma minoria de um. - Sara Bernardo

Peças Infantis

Até 20/12/2020

7.5 €

Um concerto onde impera a fantasia, em torno de música de dois grandes mestres do século XX. A Pulcinella de Stravinski nem parece escrita há 100 anos e baseada em música três vezes mais antiga, vinda do século XVIII. Nesta obra-chave do neoclassicismo, a atmosfera é sempre bem-humorada e divertida por entre passos de dança, ou não tivesse ela o nome de uma personagem da commedia dell’arte italiana. O imaginário infantil é revisitado por Maurice Ravel em Ma Mère l’Oye, obra dedicada em 1908 aos filhos de um casal amigo. Escrita originalmente para piano a quatro mãos para “evocar a poesia da infância” a partir de contos infantis, é apresentada neste programa na versão orquestral que o compositor concebeu mais tarde e que nos traz o colorido fantástico dos mundos de A Bela Adormecida, de A Bela e o Monstro, de O Pequeno Polegar ou de outros recantos desse lugar de memória que todos guardamos.

Blind Zero

18/12/2020

O encerramento da sétima edição do Cultura em Expansão acontecerá, como já é habitual, no Grande Auditório do Teatro Rivoli. No ano em que celebram o 25.º aniversário do seu primeiro álbum, os Blind Zero aliam-se à Orquestra Juvenil da Bonjóia para um projeto muito especial comissariado pelo Cultura em Expansão. Criada em 2011 no âmbito do projeto Música para Todos (promovido pela Câmara Municipal do Porto e pelo Curso de Música de Silva Monteiro), a Orquestra visa promover o ensino de música junto de comunidades de diferentes escolas e bairros da cidade. O projeto teve o seu início nos bairros do Cerco e Viso, mas entretanto estendeu-se a outros territórios e conta hoje com cerca de 100 crianças. Os violinos, violas, violoncelos, contrabaixos, flautas transversais, saxofones, trompetes, oboés e guitarras que compõem a Orquestra juntam-se agora aos Blind Zero para a criação e apresentação de um espetáculo colaborativo em torno da música da banda portuense.

UTOPIA!?

Até 29/08/2021

12 €

Esta será a primeira exposição em Portugal da celebrada artista indiana Nalini Malani (Carachi, Índia indivisa, 1946). Amplamente conhecida pelas suas pinturas e desenhos, a mostra em Serralves mostra uma faceta do seu trabalho igualmente relevante mas com que os públicos estão porventura menos familiarizados, apresentando exclusivamente as suas animações desenvolvidas entre finais dos anos 1960 e a atualidade. Foi no final da década de 1960, numa cena artística indiana dominada por homens, que Nalini Malani emergiu como uma voz provocatória e feminista, igualmente pioneira no trabalho com meios artísticos como o cinema experimental, o vídeo e a instalação. Além de dar voz às mulheres, a artista sempre se destacou como uma artista preocupada com questões sociais, conferindo protagonismo aos marginalizados através de histórias visuais (animações, nomeadamente) que exploram temas como o feminismo, a violência, as tensões raciais e os legados pós-colonialistas. As animações reunidas na exposição em Serralves, realizadas entre 1969 e 2020, foram agrupadas sob o signo da Utopia (este é aliás o título da mais antiga obra apresentada), relacionando-se, por um lado, com o sentimento utópico que se seguiu à independência da Índia e, por outro, com a desilusão em relação àquilo que o país se tornaria, governado por regras ditadas pela ortodoxia religiosa. De qualquer forma, os trabalhos de Malani transcendem os traumas nacionais para tratarem injustiças sociais globais. É o caso da grande instalação imersiva que encerra a exposição, composta por nove projeções vídeo de animações e frases. Can You Hear Me? embora tenha partido de uma violenta história passada na Índia, a morte violenta de uma criança, é uma ode a todos aqueles que não têm voz. Realizada entre 2017 e 2020, a instalação é composta por animações em que se sobrepõem imagens realizadas pela artista e fragmentos de citações de escritores tão influentes como Hannah Arendt, James Baldwin, Bertolt Brecht, Veena Das, Faiz Ahmad Faiz, Milan Kundera, George Orwell e Wislawa Szymborska. Segundo a artista, Can You Hear Me? corresponde ao tipo de animação a que se tem dedicado mais recentemente, a que chama cadernos de notas [notebooks] e que são realizados digitalmente num iPad. Malani já afirmou: “Quando eu vejo ou leio alguma coisa que captura a minha imaginação, tenho a necessidade de reagir através de um desenho ou de desenhos em movimento. Não exatamente na sua forma mimética mas mais como uma ‘Memória Emoção’. Sinto-me como uma mulher com pensamentos e fantasias que são disparados da sua cabeça. Cada um deles pode conter ideias diferentes e não parecerem ser da mesma pessoa. Cada uma dessas vozes na minha cabeça precisa portanto de uma diferente caligrafia.”

Roni Horn: Some Thames

Até 29/08/2021

12 €

Roni Horn (Nova Iorque, 1955) é uma artista norte-americana que vive entre Nova Iorque e Reiquejavique, na Islândia. Desde muito jovem desenvolveu um profundo gosto pela literatura e pela filosofia, que antecedeu o seu interesse pelas artes visuais e que a levou a considerar a sua biblioteca um motor estruturante para si e para a sua obra. A prática do desenho é central e fundamental no trabalho de Horn, que também tem vindo a utilizar outros meios, como a escultura, a fotografia e os livros de artista. As viagens e a imersão na paisagem – sobretudo a da Islândia – são fundamentais na sua obra, que explora temas como o tempo meteorológico e a ecologia, a par com a memória, a identidade e a mutação. A representação do mundo exterior é usada como artifício ou metáfora para chegar a um espaço interior e mental. Estas oito fotografias do rio Tamisa fazem parte do conjunto de 80 que Serralves apresentou na sua exposição individual em 2001 e que foram na altura adquiridas para a Coleção. Em Some Thames [Alguns Tamisas] (2000-2001), Horn capta momentos do fluxo do rio Tamisa, obtendo um conjunto de imagens aparentemente abstratas e muito semelhantes entre si. Mas na verdade são imagens realistas e existem infinitas diferenças entre elas, ainda que impercetíveis a um olhar menos atento. Por um lado, esta abordagem encerra uma referência à experiência e à perceção que cada um de nós tem da passagem do tempo. Por outro, a água, frequentemente representada ou evocada no trabalho da artista, é uma alusão à vida, ao corpo, à sexualidade, mas também à morte. Conforme nos conta a literatura – nomeadamente Charles Dickens e Joseph Conrad –, nas águas escuras do Tamisa foram largados os corpos de muitos daqueles que sofreram mortes violentas, como foram muitos aqueles que nelas cometeram suicídio.

Goldmund Quartett

19/12/2020

5 €

Todos os anos a European Concert Hall Organisation (ECHO) apresenta o programa Rising Stars, formado por uma selecção de artistas talentosos nomeados pelos programadores e directores artísticos das mais importantes salas de concerto da Europa. Estes músicos são apoiados no seu desenvolvimento profissional e apresentam-se em digressão por várias salas associadas. Considerado já um dos mais entusiasmantes quartetos de cordas da actualidade, o Goldmund Quartett apresenta-se agora na Casa da Música num recital que inclui um dos raros exemplares instrumentais de Pucinni, uma das partituras mais célebres de Schubert para este tipo de formação e ainda o mais recente quarteto de cordas da compositora Dobrinka Tabakova.

Pierre-Laurent Aimard

22/12/2020

7.5 €

Em vésperas de Natal, uma meditação sobre a infância de Jesus em 20 andamentos. Eis a despedida de Pierre-Laurent Aimard no âmbito da sua residência na Casa da Música ao longo de 2020. O aclamado pianista é uma figura-chave da música do nosso tempo – com apenas 16 anos, a anunciar uma promissora carreira, ganhou o 1.º Prémio no Concurso Messiaen, o primeiro de muitos galardões. E é precisamente Messiaen que Aimard reencontra neste recital preenchido por religiosidade profunda, naquela que é uma das mais emblemáticas obras para piano solo do compositor francês. A obra foi escrita para Yvonne Loriod, aluna (e futura mulher) de Messiaen, que mais tarde viria a ser professora de Pierre-Laurent Aimard no Conservatório de Paris.

O Natal de Charpentier

23/12/2020

7.5 €

Como seria celebrar o Natal na Capela-Real de Luís XIV ou numa das catedrais da França do século XVII? Esta festividade celebrava-se com grande abundância musical, incluindo obras litúrgicas eruditas em latim, bem como antigas canções populares em francês – os célebres Noëls. Marc-Antoine Charpentier compôs uma vasta obra para esta época, e dela destacam-se as Antífonas do Ó, destinadas à novena do Advento que preparava a chegada do Natal, e várias oratórias que contavam a história do Natividade, intercalando o relato bíblico com textos devocionais, e dedicadas a cada um dos dias de festa, um pouco como Bach faria anos mais tarde na sua Oratória de Natal. O compositor revela nestas obras um olhar místico, particularmente sensível ao mistério sobrenatural da Encarnação, anunciada pelos profetas e cantada pelos anjos, mas também atento à frágil humanidade do Filho de Deus, nascido no meio da noite, do gelo e da pobreza. Uma visão mais prazenteira e popular desponta nos seus imaginativos arranjos instrumentais dos Noëls tradicionais, cantados pelas crianças durante o período das festividades, tanto nas ruas cobertas de neve como nas galerias de mármore das mais faustosas igrejas, nestes dias forradas a seda, veludo e ouro.

É véspera de Natal, passe pela Livraria Lello

24/12/2020

Na véspera de Natal, venha partilhar dos nossos “sonhos doces” e embarque numa viagem mágica junto da Alice (no País das Maravilhas), do Peter Pan, do Tom Sawyer, do Mogli (O Livro da Selva) e do feiticeiro de OZ. O nosso presente para si é a entrada livre à Livraria Mais Bonita do Mundo, na altura do ano em que ela fica ainda mais bela, para que possa trocar afetos com quem não poderá passar a consoada.

Natal Encantado

27/12/2020

7.5 €

O Indy Paiva (Música com Dragõezinhos) e a sua Trupe sobem ao palco do Auditório Fernando Sardoeira Pinto (Museu do Futebol Clube do Porto) para contar, cantar e tocar um conto de Natal original. Neste espetáculo de puro teatro musical, a plateia também entra em cena e, mesmo sem reparar, ajuda a escolher a história e o final da mesma. É como se uma magia natalícia andasse no ar, levada pelos sons e a notas musicais, despertando boas sensações e sentimentos num ambiente de diversão para crianças e adultos. O evento está sujeito a regras de lotação máxima.

Salvador Sobral Quinteto

28/12/2020

7.5 €

De Salvador Sobral não se espera que descanse sobre o sucesso dos seus projectos. Esta é uma nova formação, em quinteto, que continua a mostrar que o cantor é uma das personalidades musicais mais criativas da sua geração. Ao lado de músicos com quem vem colaborando nos últimos tempos está Max Agnas, um jovem pianista que surpreendeu Salvador na temporada que passou na Suécia. Apesar dos 23 anos, Max Agnas é um dos grandes nomes do jazz nórdico, com um som surpreendentemente maduro e uma linguagem livre de artifícios desnecessários. Esta será a banda a acompanhar Salvador Sobral na gravação do seu próximo disco, e aqui se levantará o véu de algumas das novas canções, juntamente com temas incluídos nos anteriores Paris, Lisboa e Excuse me.