Comédia de Bastidores

24/02/2021

2 €

Autor anglófono mais representado em todo o mundo, Alan Ayckbourn é um praticante do “divertimento teatral” e um refinado experimentalista, arriscando nas suas peças as combinações mais inusitadas. O casamento burguês, o adultério, os conflitos de classe e as pequenas obsessões são alguns dos temas desta Comédia de Bastidores (1972), um exemplo maior daquela tonalidade ambígua que alguém um dia qualificou de “dolorosamente divertida”. Dividida em três atos, cada um deles tendo como pano de fundo três sucessivas (e nada festivas) ceias de Natal, Comédia de Bastidores é um retrato impiedoso, mas não isento de ternura, de um certo arrivismo social, que alguns leram como uma premonição da sociedade que triunfaria durante o consulado de Margaret Thatcher. A encenação faz vibrar a rigorosa partitura de Ayckbourn na corda tensa entre a quase frivolidade e o negrume, daí ressoando uma imensa solidão. Comédia de Bastidores marcou o saudado regresso de Nuno Carinhas ao palco do São João. Por ocasião da estreia, em 2020, o realizador Luís Porto gravou o espetáculo, agora disponível na nossa sala virtual. Comédia de Bastidores fica agora disponível em streaming. Aquando da aquisição do bilhete deverá escolher o dia e hora específico a que pretende assistir ao espetáculo. O bilhete permite uma única visualização por IP/dispositivo e apenas para a sessão escolhida.

Fake

26/02/2021

2 €

Fake gravita em torno de uma escritora de romances policiais, Norma B., autora de Como Assassinar o Seu Marido. Este título lançou-a para a ribalta, não tanto pelos seus eventuais méritos literários, mas porque Norma viria mais tarde a ser acusada pela misteriosa morte… do seu próprio marido. Ela é implacavelmente julgada na praça pública. Para a imprensa mundial, a sua obra é a prova irrefutável da sua culpa. Os seus movimentos mudos são escrutinados em todas as redes sociais. Um súbito close-up sobre a forma como transporta um saco de lixo parece dizer tudo, segundo os seus vizinhos. A verdade parece evidente, não? Concebido pela dupla Inês Barahona e Miguel Fragata (Formiga Atómica), em colaboração com o realizador Tiago Guedes, o espetáculo explora as tensões entre a informação e a desinformação, entre as crenças individuais e coletivas e a nossa propensão para acreditar nos preconceitos que carregamos. Em Fake, o teatro dialoga com o cinema, numa tentativa de destrinçar a verdade da mentira. A câmara assume o papel de um polígrafo implacável, procurando distinguir um bom ator de um mau mentiroso, num derradeiro close-up.

Serralves in Talks: Louise Bourgeois

Até 01/03/2021

Convidamo-lo a assistir à série SERRALVES IN TALKS: LOUISE BOURGEOIS, onde Philippe Vergne, Diretor do Museu de Serralves, apresenta as obras da artista presentes na exposição DESLAÇAR UM TORMENTO, atualmente patente no Museu e Parque de Serralves. Esta grande exposição dedicada ao trabalho de Louise Bourgeois cobre um arco temporal de sete décadas, dando a ver obras realizadas pela artista entre finais dos anos 1940 e 2010. Visitada e revisitada em inúmeras exposições realizadas durante as últimas décadas em diversos espaços museológicos de todo o mundo, a vasta e singular obra de Louise Bourgeois lida com temas indelevelmente associados a vivências e acontecimentos traumáticos da sua infância – a família, a sexualidade, o corpo, a morte e o inconsciente – que a artista tratou e exorcizou através da sua prática artística.

PAR(S) 2

01/03/2021

"Jung diz que nos cruzamos com arquétipos ao longo da vida. O Imperador a subir uma rua íngreme à nossa frente. O Eremita sentado ao nosso lado, sozinho, no cinema. A Papisa a estender-nos um livro que nos muda profundamente. Olhei-te de longe, perguntei-me: O Enforcado? O Louco?" Uma correspondência entre dois desconhecidos, assente na importância do simbólico nas suas vidas: ambos resgataram essa relação ancestral, na esperança de melhor acomodarem a sua dor ou o amor. Num tempo de miséria simbólica, essas representações parecem ser não só formas de expandir a nossa perceção sobre o nosso entorno, mas também sobre quem afinal somos: representações, também nós, prontas a influenciar profundamente quem connosco se cruza. "A New New Age is necessary". Num mundo crescentemente digital e em velocidade, surge a necessidade abrandarmos e de desenvolvermos novos formatos de apresentação e sobretudo novos formatos de criação e modos de trabalho que nos permitam continuar a consolidar os trabalhos artísticos, na realidade atual. Numa temporada híbrida entre o presencial e o digital, o Teatro Municipal do Porto convida 8 artistas para uma colaboração especial, desenhada especificamente para as plataformas online, onde um realizador e um artista performativo, em dupla, a par e par e numa relação de igualdade, são convidados a criar um novo objeto digital que cruze os seus universos e discursos. A imagem em movimento cruza-se assim com as áreas da dança, circo contemporâneo, literatura, teatro e formas animadas, permitindo também desta forma que vários públicos, mesmo os mais distantes, possam aceder a estes trabalhos.

Feira de Artesanato da Batalha

Até 31/12/2022

Esta feira começou de uma forma espontânea na Praça da Batalha onde eram comercializados os produtos manufaturados (bijuteria, carteiras, entre outros). Nos anos 90 a Câmara Municipal do Porto regulamentou esta atividade, através da criação da Feira de Artesanato da Batalha.

Deslaçar um tormento

Até 19/09/2021

12 €

Esta grande exposição dedicada ao trabalho de Louise Bourgeois (Paris, 1911, Nova Iorque, 2010) cobre um arco temporal de sete décadas, dando a ver obras realizadas pela artista entre finais dos anos 1940 e 2010. Visitada e revisitada em inúmeras exposições realizadas durantes as últimas décadas em diversos espaços museológicos do mundo inteiro, a vasta e singular obra de Louise Bourgeois lida com temas indelevelmente associados a vivências e acontecimentos traumáticos da sua infância – a família, a sexualidade, o corpo, a morte e o inconsciente –que a artista tratou e exorcizou através da sua prática artística. Esta exposição é organizada pela Fundação de Serralves — Museu de Arte Contemporânea e o Glenstone Museum, Potomac, Maryland, EUA, em colaboração com The Easton Foundation, Nova Iorque, e coproduzida com o Voorlinden Museum & Gardens, Wassenaar, Países Baixos. To Unravel a Torment tem curadoria de Emily Wei Rales, Diretora e cofundadora do Glenstone Museum. Em Serralves, a exposição foi organizada por Philippe Vergne, Diretor do Museu, com Paula Fernandes, Curadora. Esta exposição contou com o generoso apoio de Hauser & Wirth Gallery.

R. H. Quaytman

Até 30/05/2021

12 €

R. H. Quaytman emprega técnicas de reprodução mecânica e tradições da arte conceptual para criar séries fechadas de obras divididas em capítulos. As partes subsequentes são numeradas para marcar a passagem do tempo e o gradual completar da vida e do projeto artístico. A artista trata todas as exposições e pinturas apresentadas como um empreendimento criativo. R. H. Quaytman aborda a pintura como se fosse poesia: ao ler um poema, repara-se em palavras específicas, apercebemo-nos de que cada palavra ganha uma ressonância. As pinturas de Quaytman, organizadas em capítulos estruturados como um livro, têm uma gramática, uma sintaxe e um vocabulário. Enquanto o trabalho é delimitado por uma estrutura rígida a nível material - surgem apenas em painéis chanfrados de contraplacado em oito tamanhos predeterminados resultantes da proporção áurea -, o conteúdo de final aberto cria permutações que resultam num arquivo sem fim. A prática de Quaytman envolve três modos estilísticos distintos: serigrafias baseadas em fotografias, padrões óticos, como moiré e tramas cintilantes, e pequenos trabalhos a óleo pintados à mão. O trabalho de Quaytman, apresentado pela primeira vez em Portugal, aponta para as novas possibilidades da pintura de hoje, o que é uma pintura, um ícone? Quais são os meios da pintura numa cultura saturada pela estimulação visual, da fotografia à floresta digital dos signos? A pintura aina é um meio relevante para partilhar a nossa história? A exposição é coorganizada pelo Muzeum Sztuki in Lódz, Polónia, e pela Fundação de Serralves - Museu de Arte Contemporânea, Porto. Comissariada por Jaroslaw Suchan.

No History In A Room Filled With People With Funny Names 5

Até 13/06/2021

12 €

Esta é a primeira exposição em Portugal de Korakrit Arunanondchai (Tailândia, 1986), artista que se move entre os campos do vídeo, da performance, da escultura e da instalação e que se divide entre duas culturas: a do oriente, onde nasceu e cresceu e a ocidental, em particular a dos EUA, onde a partir de 2009 estudou artes e onde tem vivido nos últimos anos (alternando com estadas na Tailândia). A obra de Arunanondchai explora e relaciona temas como religião e mitologia orientais, ambiente, ecologia, música, geopolítica e desenvolvimento tecnológico, contrapondo a espiritualidade asiática ao pragmatismo ocidental. Arunanondchai reflecte sobre a vida contemporânea e a situação da humanidade no tempo da tecnologia, especulando sobre as consequências do Antropoceno, era recentemente definida e que marca o efeito da actividade humana enquanto força ambiental dominante no planeta, capaz de alterar a sua composição geológica. Na sua prática, o artista recorre a acontecimentos e experiências de cariz autobiográfico. Em várias obras, amigos e familiares participam e são de alguma forma envolvidos no trabalho. No history in a room filled with people with funny names 5 (2019) é uma instalação feita em parceria com o artista Alex Gvojic (E.U.A., 1984), amigo com quem tem vindo a trabalhar há vários anos. Boychild, artista ligada à performance e à dança que tem regularmente colaborado com Korakrit Arunanondchai, é também uma figura presente nesta obra. No history in a room filled with people with funny names 5 envolve o espectador num ambiente nocturno e misterioso em que uma tripla projeção vídeo é conjugada com raios laser emitidos a partir de uma escultura que sugere uma figura humana jacente. A terra que cobre o chão e a presença de materiais naturais (conchas, ramos) lembram um ambiente pré- ou pós- histórico. No history in a room filled with people with funny names 5 congrega uma grande diversidade de imagens e de sons, criando uma atmosfera excessiva, envolvente e perturbadora. Os vídeos juntam filmagens originais — como as registadas por um drone da estação de rádio de Ramasum Camp, símbolo da história recente da Tailândia enquanto aliada dos EUA durante a guerra do Vietname e agora transformada em destino turístico — e outras pré-existentes, como a transmissão televisiva do episódio mediático do resgate de 12 rapazes e do seu treinador de futebol que ficaram presos numa gruta na Tailândia em 2018. Esta obra foi inicialmente encomendada pelo Centre d’Art Contemporain Genève para a Biennale of Moving Image de 2018 e apresentada na Bienal de Veneza em 2019.

Hugo Canoilas

Até 09/05/2021

12 €

Especificamente concebida para a sua Galeria Contemporânea, a primeira exposição de Hugo Canoilas (Lisboa, 1977) no Museu de Serralves confirma e expande algumas das preocupações que melhor definem a prática deste artista: a especulação sobre as relações entre arte e realidade (eventos políticos e sociais), a interrogação sobre as características e limites da pintura, e a ênfase conferida ao trabalho colaborativo. Com formação em pintura, Canoilas tem vindo a examinar o lugar deste meio artístico, a forma como ele é percecionado quer por visitantes de museus quer por transeuntes (o artista é conhecido por intevenções no espaço público que nunca são anunciadas como obras de arte). No caso desta exposição em Serralves, Canoilas prescinde do lugar onde mais naturalmente esperamos ver pinturas - as paredes da galeria -, e decide intervir no chão, no rodapé e no teto da Galeria Contemporânea - espaços negligenciados por quase todas as exposições de pintura. No chão apresentam-se três peças em vidro colorido que representam medusas. Realizadas na Marinha Grande, estas águas-vivas - possíveis símbolos do aquecimento climático, mas também das ideias de informe e de metamorfose na origem de vários trabalhos de Hugo Canoilas - devem poder ser pisadas pelos visitantes da exposição. O protagonismo conferido ao solo é confirmado pelo rodapé-pintura (em forma de caixa de luz, com uma pintura em linho no exterior esticada como uma tela, delimitando o espaço da exposição) em que o artista dá visibilidade a um elemento arquitetónico tão comum quanto despercebido. Já no teto da sala, Hugo Canoilas criará uma pintura gestual que, à imagem das suas mais recentes pinturas abstratas, parte de imagens da flora e fauna do fundo do mar. Saliente-se que a pintura também funciona como uma caixa de luz que cria uma aura na sala, afetando a perceção das medusas. As medusas sáo animais fascinantes, que ao longo dos seus invulgares ciclos de vida passam por várias metamorfoses, reproduzem células de formas inusitadas. A sua observação, que testemunha variações dramáticas de configuração, desafia todas as conceções de estabilidade, todas as ideias sobre a relação entre as partes e integralidade. Exatamente como esta exposição de Hugo Canoilas, composta de três elementos distintos - Chão, rodapé e teto - que se afetam mutuamente (em cooperação, simbiose competição, predação e parasitismo) e que é exemplar de uma prática artística que não se cristaliza numa forma, mas que constantemente se interroga nos seus limites, funções e pressupostos.

Manoel de Oliveira Fotógrafo

Até 27/06/2021

12 €

As mais de cem fotografias que se apresentam na exposição Manoel de Oliveira Fotógrafo são uma das grandes surpresas que o arquivo pessoal do realizador, integralmente depositado em Serralves, reservava. Produzidas entre os finais de 1930 e meados dos anos 1950, estas imagens, guardadas durante várias décads e na sua maioria inéditas, revelam uma faceta desconhecida de Oliveira e abrem novas perspectivas sobre a evolução da sua obra. A passagem de Manoel de Oliveira pela imagem estática é uma etapa determinante do seu percurso como cineasta. Em diálogo tanto com o pictorialismo como com o construtivismo e com as experiências da Bauhaus, as suas fotografias estão a meio caminho entre a exploração dos valores clássicos da composição e o espírito modernista que animou toda a primeira fase da sua produção cinematográfica. Investida, quase sempre, de propósitos artísticos, a fotografia é para o realizador um instrumento de pesquisa formal e de experimentação, uma obra de modalidade para interrogar, muitas vezes um relação direta com os filmes, a construção de uma linguagem visual própria. As imagens que agora dão a conhecer acrescentam, certamente, um novo capítulo à história da fotografia portuguesa dos anos 1940. Mas elas constituem, também, um precioso instrumento para enquadrar o modo como Manoel de Oliveira passa a assegurar, durante um período de dez anos, a direção de fotografia dos seus próprios filmes, bem como para contextualizar, numa perspetiva mais ampla, o rigor de composição que, de uma maneira geral, caracterizam todos os seus filmes. Olhando para estas imagens, não interessará muito saber onde começa o fotógrafo e onde acaba o cineasta, nem definir, com precisão, até que ponto o primeiro poderá ter tomado por vezes, o lugar do segundo. Importará, sim, questionar o modo como esta convivência estre dois modos de ver e de pensar se corporiza na obra de Manel de Oliveira. Curadoria de António Preto, Diretor da Casa do Cinema Manoel de Oliveira. Todas as fotografias expostas pertencem ao Acervo de Manoel de Oliveira, Casa do Cinema Manoel de Oliveira - Fundação de Serralves, Porto.

UTOPIA!?

Até 29/08/2021

12 €

Esta será a primeira exposição em Portugal da celebrada artista indiana Nalini Malani (Carachi, Índia indivisa, 1946). Amplamente conhecida pelas suas pinturas e desenhos, a mostra em Serralves mostra uma faceta do seu trabalho igualmente relevante mas com que os públicos estão porventura menos familiarizados, apresentando exclusivamente as suas animações desenvolvidas entre finais dos anos 1960 e a atualidade. Foi no final da década de 1960, numa cena artística indiana dominada por homens, que Nalini Malani emergiu como uma voz provocatória e feminista, igualmente pioneira no trabalho com meios artísticos como o cinema experimental, o vídeo e a instalação. Além de dar voz às mulheres, a artista sempre se destacou como uma artista preocupada com questões sociais, conferindo protagonismo aos marginalizados através de histórias visuais (animações, nomeadamente) que exploram temas como o feminismo, a violência, as tensões raciais e os legados pós-colonialistas. As animações reunidas na exposição em Serralves, realizadas entre 1969 e 2020, foram agrupadas sob o signo da Utopia (este é aliás o título da mais antiga obra apresentada), relacionando-se, por um lado, com o sentimento utópico que se seguiu à independência da Índia e, por outro, com a desilusão em relação àquilo que o país se tornaria, governado por regras ditadas pela ortodoxia religiosa. De qualquer forma, os trabalhos de Malani transcendem os traumas nacionais para tratarem injustiças sociais globais. É o caso da grande instalação imersiva que encerra a exposição, composta por nove projeções vídeo de animações e frases. Can You Hear Me? embora tenha partido de uma violenta história passada na Índia, a morte violenta de uma criança, é uma ode a todos aqueles que não têm voz. Realizada entre 2017 e 2020, a instalação é composta por animações em que se sobrepõem imagens realizadas pela artista e fragmentos de citações de escritores tão influentes como Hannah Arendt, James Baldwin, Bertolt Brecht, Veena Das, Faiz Ahmad Faiz, Milan Kundera, George Orwell e Wislawa Szymborska. Segundo a artista, Can You Hear Me? corresponde ao tipo de animação a que se tem dedicado mais recentemente, a que chama cadernos de notas [notebooks] e que são realizados digitalmente num iPad. Malani já afirmou: “Quando eu vejo ou leio alguma coisa que captura a minha imaginação, tenho a necessidade de reagir através de um desenho ou de desenhos em movimento. Não exatamente na sua forma mimética mas mais como uma ‘Memória Emoção’. Sinto-me como uma mulher com pensamentos e fantasias que são disparados da sua cabeça. Cada um deles pode conter ideias diferentes e não parecerem ser da mesma pessoa. Cada uma dessas vozes na minha cabeça precisa portanto de uma diferente caligrafia.”

Roni Horn: Some Thames

Até 29/08/2021

12 €

Roni Horn (Nova Iorque, 1955) é uma artista norte-americana que vive entre Nova Iorque e Reiquejavique, na Islândia. Desde muito jovem desenvolveu um profundo gosto pela literatura e pela filosofia, que antecedeu o seu interesse pelas artes visuais e que a levou a considerar a sua biblioteca um motor estruturante para si e para a sua obra. A prática do desenho é central e fundamental no trabalho de Horn, que também tem vindo a utilizar outros meios, como a escultura, a fotografia e os livros de artista. As viagens e a imersão na paisagem – sobretudo a da Islândia – são fundamentais na sua obra, que explora temas como o tempo meteorológico e a ecologia, a par com a memória, a identidade e a mutação. A representação do mundo exterior é usada como artifício ou metáfora para chegar a um espaço interior e mental. Estas oito fotografias do rio Tamisa fazem parte do conjunto de 80 que Serralves apresentou na sua exposição individual em 2001 e que foram na altura adquiridas para a Coleção. Em Some Thames [Alguns Tamisas] (2000-2001), Horn capta momentos do fluxo do rio Tamisa, obtendo um conjunto de imagens aparentemente abstratas e muito semelhantes entre si. Mas na verdade são imagens realistas e existem infinitas diferenças entre elas, ainda que impercetíveis a um olhar menos atento. Por um lado, esta abordagem encerra uma referência à experiência e à perceção que cada um de nós tem da passagem do tempo. Por outro, a água, frequentemente representada ou evocada no trabalho da artista, é uma alusão à vida, ao corpo, à sexualidade, mas também à morte. Conforme nos conta a literatura – nomeadamente Charles Dickens e Joseph Conrad –, nas águas escuras do Tamisa foram largados os corpos de muitos daqueles que sofreram mortes violentas, como foram muitos aqueles que nelas cometeram suicídio.

Transmission Tower: Sentinel

Até 29/08/2021

12 €

Dara Birnbaum (Nova Iorque, 1946) é uma artista norte-americana que se notabilizou desde os anos 1970 com os seus trabalhos em vídeo. Nessa época, a televisão exercia uma enorme influência na vida das pessoas, era a principal e mais influente fonte de informação na sociedade, hoje ampliada pela internet. Birnbaum analisa criticamente o universo televisivo, usando frequentemente as imagens difundidas por esse meio, interrompendo-as, repetindo-as e editando-as. A partir da década de 1990, começou a criar instalações vídeo de grande formato, constituídas por vários ecrãs de televisão. Especialmente encomendada para a Documenta IX de Kassel, Transmission Tower: Sentinel [Torre de transmissão: Sentinela] (1992) analisa a influência da televisão na política norte-americana, neste caso a propósito da Primeira Guerra do Golfo, iniciada em 1991. Oito monitores vídeo, fixados em secções de uma torre de transmissão, formam uma linha que descreve o trajeto de uma bomba lançada de um avião de carga. Em cada monitor são transmitidas imagens de George Bush a discursar no Congresso Nacional Republicano, em 1988. Ao mesmo tempo, imagens do poeta Allen Ginsberg a ler o seu poema antimilitarista Hum Bom!, escrito por ocasião da Guerra do Vietname e reescrito para a Guerra do Golfo, numa Convenção Nacional de Estudantes de 1988, percorrem o totem de monitores.

Mercado da Ribeira

Até 31/08/2021

O Mercado da Ribeira é constituído por 10 lojas, e foi criado após a renovação do antigo mercado. Produtos alimentares na sua vertente tradicional, produtos de interesse turístico e promocionais, e restauração. Localização: Cais da Ribeira (Junto ao pilar norte da Ponte D. Luís I)

Super Circo – Um espetáculo de Sonho

01/03/2021

8 €

O Super Circo apresenta "Um Espetáculo de Sonho"! Veja o ginasta em roda da morte, o equilibrista numa torre de cadeiras, as princesas voadoras, o palhaço Pedrito e muito mais.

O Vírus Corona e o Exército do Bem

01/03/2021

8 €

“O Vírus Corona e o Exército do Bem”. Uma história que nos ensina, a todos, que, sozinhos podemos muito pouco, mas juntos, podemos mudar o mundo. Na companhia da Teresinha, vamos aprender de que forma conseguimos lutar contra este vírus e descobrir como podemos ajudar quem mais precisa. A Teresinha vem dar a conhecer o projeto que toda a família começou a ajudar no início desta pandemia. A Associação SOUMA. Graças à generosidade de muitos que acreditam num bem maior, esta história que agora vos chega sob a forma de "Teatro em Casa", espalha uma mensagem de amor e esperança em tempos conturbados para todos. Venha connosco fazer parte deste "Exército do Bem". Parte do valor deste bilhete reverte a favor da associação SOUMA.

Pluralizando o Antropoceno

Até 10/05/2021

Reimaginando o Futuro do Planeta no Século XXI A noção do Antropoceno extravasou das ciências geofísicas para as humanidades, ciências sociais, artes, e media, desencadeando um vasto debate global sobre o futuro da vida no planeta. Na “idade dos humanos”, a nossa espécie transformou-se numa das forças geofísicas mais potentes do planeta e as nossas atividades estão a levar-nos a crescentes incertezas ambientais. Se o mundo teve alguma vez a ilusão de estabilidade, enfrenta agora a possibilidade de um futuro com problemas sem fim. Mas o Antropoceno não é apenas uma idade de colapso e destruição ambiental; é também uma idade de ultrapassar desastres e catástrofes e criar novas visões de esperança e de justiça. Os novos desafios das mudanças climáticas, extinção de espécies, e o aumento do nível do mar compelem um reimaginar do lugar da humanidade no mundo, e um repensar urgente das forças dominantes que ameaçam o equilíbrio ecológico do planeta. O uso do termo Antropoceno para denominar esta nova era de incertezas antropogénicas crescentes abriu todo um novo campo de conversas multidisciplinares e interdisciplinares sobre as relações dos seres humanos com o ambiente no século XXI, mas também gerou um entendimento monolítico do Antropoceno como uma experiência humana unificada. Este enquadramento do Antropoceno em redor de um paradigma de espécie universalizante cria um efeito homogeneizante. E no entanto, nem todos os humanos estão igualmente implicados nas forças que conduzem às crises ambientais contemporâneas, e nem todos os humanos são igualmente convidados para os espaços conceptuais onde estes desastres são teorizados ou onde as respostas a estes desastres são formuladas. Pluralizando o Antropoceno apresentará um conjunto de reflexões antropológicas por figuras maiores das humanidades e das ciências contemporâneas comprometidas com uma visão mais plural dos debates em redor do Antropoceno e das grandes questões de resiliência, adaptação e luta pela justiça ambiental. O link de acesso será enviado após conclusão do período de inscrições.

Conversas com Serralves

Até 01/04/2021

A partilha da cultura, a promoção e divulgação de ciência e a relação com a natureza, em todas as suas áreas, representam um mecanismo único com real impacto nas nossa vidas e na forma como nos revemos no mundo. Serralves vive para criar relações múltiplas com formas de arte, com a natureza e com as pessoas, sejam elas, com músicos, artistas, bailarinos, arquitetos, cineastas, paisagistas, investigadores, estudantes, pensadores, professores, parceiros, fundadores, mecenas, pessoas. Com todo o seu público. O contexto atual exige que a nossa responsabilidade se exprima em novo formato e que estejamos presentes. Assim, é com muito gosto que a Fundação de Serralves, ao (re)inventar-se, oferece um ciclo de conversas online, intituladas #ConversasComSerralves, cujo propósito é o de nos aproximar ainda mais, através do convite ao público para participar em momentos únicos de partilha de experiências artísticas, ambientais, científicas e criativas. Um programa exclusivo e transversal a todas as áreas de atuação de Serralves - as artes plásticas, a arquitetura, o cinema, as artes performáticas, o ambiente, a ciência, a paisagem, a arquitetura e a reflexão mais abrangente sobre diferentes temas importantes para a sociedade e o seu futuro. Estas sessões decorrem online, sempre às 18:00, com participação gratuita e inscrição obrigatória.

Revolução de 24 de Agosto de 1820: Prelúdio do Liberalismo em Portugal

Até 01/08/2021

Inaugura no Museu Militar do Porto, a exposição "Revolução de 24 de Agosto de 1820: Prelúdio do Liberalismo em Portugal", com curadoria Fernando Gonçalves. Aberta ao público durante dez meses (até 1 de agosto de 2021), a mostra expositiva aviva a bravura de um grupo de notáveis cidadãos do Porto, que dava o primeiro passo para o fim da influência inglesa e a decorrente monarquia liberal há 200 anos. O Norte exigia o regresso do Rei, uma Constituição, a justiça e a prosperidade. Estavam lançadas as sementes do progresso e da modernidade em Portugal e há documentos e peças históricas que comprovam.

50 Anos de fotografia - 1970-2020 de Alfredo Cunha

Até 02/05/2021

Este Alfredo Cunha de quem se fala é o homem com a sua câmara e o seu olhar. Qualquer bom fotojornalista intui, antes de o saber claramente, que uma imagem, que deve encerrar todo um conteúdo e uma sedução, é, sempre foi, um momento decisivo. Antes de ser definido por Cartier-Bresson, já existia na mente de quem fotografa o acontecimento, o rosto e o movimento. Na longa carreira de 50 anos de Alfredo Cunha, muita coisa mudou: o país que fotografa; o equipamento que usa — já longe da primeiríssima Petri FT, da Leica M3, que começou a usar em 1973, e das Leicas que se seguiram e a que se manteve sempre fiel; o suporte — do analógico, maioritariamente preto e branco, ao digital, que pratica desde 2003. A imagem fotojornalística responde à exigência de concordância com o texto, também se liga ao onde, quando, como e porquê. Porém, quando o fotógrafo já definiu o seu estilo — e é esse o caso de Alfredo Cunha —, a sedução da imagem sobrepõe-se à sedução da notícia. Em todas elas se torna difícil associar a imagem a um estilo pois Alfredo Cunha ultrapassa a corrente do momento e o tema. E é neste sentido que podemos dizer, com Barthes, que as suas fotografias resultam sem código, dependem da transmissão do seu para nosso afeto. Teresa Siza (texto adaptado)

Concerto de Órgão de Tubos

Até 31/03/2021

Desfrute dos concertos diários de Órgão de Tubos da Igreja dos Clérigos. Todas as quartas às 12h, transmitido pela conta oficial de Facebook da Torre dos Clérigos.

O sortilégio da Serra da Estrela

Até 27/03/2021

Esta exposição assinala o Centenário do Nascimento de meu Pai, Dr. Leonel Augusto de Almeida Abrantes (1920-2020), com uma ligação especial à Serra da Estrela, sobre a qual investigou e escreveu. Nesta exposição colectiva, «O sortilégio da Serra da Estrela», a decorrer na Galeria Porto Oriental, de 4 de Dezembro de 2020 a 27 de Março de 2021, mostra-se Desenho, Pintura e Escultura. Na exposição, «O sortilégio da Serra da Estrela», podem apreciar-se 26 obras de 26 artistas plásticos, com diversos percursos, idades, sensibilidades e linguagens. A Serra que nos fascina, real ou simbolicamente, permite-nos aqui um outro encantamento e emoção, na contemplação não de «a montanha ao longe em toda a sua magnitude», de Vergílio Ferreira, mas das obras de arte expostas na Galeria Porto Oriental que para ela remetem, seja qual for o olhar de cada artista e a linguagem, técnica e expressão plástica escolhidas.

Steve Reich Highlights

Até 06/03/2021

Steve Reich é considerado um dos mais importantes e influentes compositores dos séculos XX e XXI pelo seu poder imagético e criativo. É um dos criadores e impulsionadores da chamada música minimal. A sua música caracteriza-se por um pulso constante, repetição de motivos e uso frequente de cânones que se desenvolvem dentro de estruturas rigorosas, ritmos propulsores, harmonias de diversos géneros musicais (especialmente o jazz) e uma orquestração repleta de cores. O legado de Steve Reich tem influenciado compositores e músicos por todo o planeta pela sua indiscutível autenticidade. O jornal The Guardian descreve-o como um dos poucos compositores que “alterou o rumo da história da música” e a The New Yorker refere-se a Reich como “o músico e pensador mais original dos nossos tempos”.

7 de março 2021

Até 07/03/2021

Centenário do Teatro Nacional São João Calma, ainda não é o fim nem o princípio. Continuamos juntos por mais 200 anos? A 7 de março assinalamos simbolicamente o fim do Centenário do Teatro São João, mas o Centenário não acaba aqui. Uma efeméride é um jogo sem fronteiras: até ao final de 2021 haverá ainda uma exposição, um colóquio internacional e alguns volumes dos Cadernos do Centenário. Antes, fazemos escala neste longo 7 de março, tão longo que o estendemos por dois dias. Instale-se na nossa sala virtual e sintonize a RTP2, que se juntou a nós neste condomínio aberto de serviço público. Há conversas, entrevistas, documentários e espetáculos. Debatemos, perguntamos, visitamos, repomos, estreamos. Mas calma, ainda não é o fim nem o princípio. O teatro começa todos os dias e todas as noites. Continuamos juntos por mais 200 anos?

Feira dos Passarinhos

Até 31/12/2022

Feira tradicional, de cariz popular, com alguns anos de atividade, onde pode adquirir aves, enquanto animais de companhia. É permitida, a comercialização de gaiolas, comedouros, bebedouros, poleiros, alimentação e demais artigos necessários para o alojamento, manutenção e criação. Mesmo que a intenção não seja comprar encante-se com os cantares das aves, com as suas cores e o movimento da feira. Ao passar pela feira ninguém escapa ao deslumbramento de olhar o Rio Douro e as pontes.

Feira de Numismática, Filatelia e Colecionismo

Até 31/12/2022

Local de encontro de vários colecionadores, esta feira tem como objeto a venda e troca de moedas, postais, selos e outros objetos colecionáveis afins. Realiza-se debaixo das arcadas dos prédios que rodeiam a praça.

Válvula

07/03/2021

2 €

Chama-se válvula ao tubo distribuidor da tinta das latas de spray utilizadas pelos graffiters. O ilustrador, cartoonista e performer visual António Jorge Gonçalves e Flávio Almada, ativista cabo-verdiano e uma das vozes mais acutilantes do hip hop em crioulo, juntaram-se para nos contarem a história dos graffiti. Uma história que começa em palco com uma pergunta: “Gostamos de escrever em paredes. Precisamos de escrever em paredes?” Válvula recua aos riscos que caçadores recoletores fizeram nas rochas há 30 mil anos, em África, passa pelas anotações desenhadas que os romanos fizeram nas paredes das casas em Pompeia, detém-se nos murais políticos de há 100 anos, fala do trabalho de artistas contemporâneos tão influentes como Diego Rivera, Basquiat ou Keith Haring. Destinado a um público adolescente, é um espetáculo que se situa algures entre a conferência e o concerto, articulando palavras, desenhos e canções. E muitas perguntas. Como nasceram os graffiti no bairro do Bronx, em Nova Iorque? No que se inspira a “pichação” nos prédios de São Paulo? Arte ou vandalismo? Comunicação ou ocupação? Pode a desobediência ser legítima?

Bebéthoven

07/03/2021

No ano em que se comemorou o 250.º aniversário de Beethoven, o Serviço Educativo da Casa da Música criou Bebéthoven, um espectáculo inspirado na música do génio alemão. O concerto promove uma primeira abordagem à música de Beethoven com a leveza e o tom divertido adequado à idade dos ouvintes, deixando assim desde cedo uma semente da grande música no ouvido e na alma dos bebés.

Conversas à varanda com Enólogos

12/03/2021

Sexta-feira, dia 12 de Março às 19h, teremos o 5°episódio da II temporada de “Conversas à varanda com Enólogos”. Será com Filipe Cardoso da Quinta do Piloto! O prémio será uma magnum de Quinta do Piloto Reserva Tinto 2015! Todos poderão participar, e ganhar, ao fazer perguntas ao nosso convidado. O enólogo em causa, irá decidir a pergunta que achou mais interessante. Para participar basta seguirem a conta do instagram @winequaybar, e estar online no dia 12 de Março às 19h. Esperamos vê-los por lá! Cheers!

Drumming (1998)

12/03/2021

3.5 €

Drumming (1998) é uma das coreografias mais emblemáticas de Anne Teresa De Keersmaeker, escrita para uma partitura epónima de percussão minimalista de Steve Reich. A música começa com um único motivo rítmico, que depois se multiplica e desenvolve numa cornucópia de texturas, incluindo tambores, sopros, metais e voz. Reich intensifica aqui a técnica já utilizada numa composição anterior, Piano Phase: através de pequenas acelerações de tempo, os músicos desfazem a sincronia de forma quase impercetível, o que resulta numa troca de cânones interminável. Na dança, a complexidade coreográfica foi concebida de forma semelhante: uma única sequência de movimentos serve de alicerce para um número infinito de variações no tempo e no espaço. Quando a música para e os corpos se detêm, o público apercebe-se daquilo que presenciou: uma vaga de dança pura e som puro, um vórtice de energia vital.

O Olho Esquerdo de Júlio Verne

14/03/2021

Mário João Alves, com o seu coletivo Ópera Isto, tem sido um colaborador regular do Serviço Educativo na produção de espetáculos originais que habitualmente inauguram cada nova temporada. O Olho Esquerdo de Júlio Verne abriu o Ano França e traz-nos música do tempo do escritor francês (autor de obras como Vinte Mil Léguas Submarinas ou Viagem ao Centro da Terra), inclusivamente de operetas em que ele foi o libretista. Dispõe-nos muito bem, usando o humor como base de toda esta história.

A greve dos controladores de voo

18/03/2021

3.5 €

Cinco anos depois, regressa a este ciclo uma voz importante da poesia portuguesa – Jorge Sousa Braga. O poeta explica assim o universo deste serão: “Os poetas escrevem ou voam sem controlo algum. Em voo picado, planando, batendo as asas que não têm. Por vezes, não aguentam o peso do quotidiano e estatelam-se no chão. Os poetas são os primeiros a apoiar a greve dos controladores de voo. Ou a inexistência deles. Poesia sem asas não é poesia.” Num breve intróito, Carlos Mendes de Sousa dispara “A minha mais certeira bala de pólen para o Jorge Sousa Braga”. Nas vozes de Cristiana Sabino, Odete Môsso, Paula Cortes e José Anjos, percorreremos a obra de Jorge Sousa Braga, destacando alguns poemas do seu mais recente livro “A Matéria Escura”. Entre leituras, oportunidade para nos surpreendermos com o projecto “O Xú”, música espontânea de Rui Oliveira e Bitocas Fernandes. Música corporal com predominância da voz. Harmonias, ritmos e melodias em busca de um sentido que una espectadores e músicos num só corpo. Avelino Sá assina a imagem da sessão. A busca silenciosa e incendiária da palavra dentro da pintura e do desenho. O som do espanto. Participação especial do mágico Gonçalo Gil, ou não fosse a poesia um acto de prestidigitação. A fechar a sessão, a presença de Tatanka. Dono de um carisma e de uma voz inconfundíveis, o músico tornou-se conhecido como o vocalista de uma das mais bem-sucedidas bandas portuguesas da actualidade – The Black Mamba. Tatanka apresenta-se no palco do Campo Alegre a solo (voz e guitarra). “Depois é só deixar correr a brisa” da Palavra.

Tapete Vermelho

19/03/2021

Tapete Vermelho consiste numa única indumentária usada por duas pessoas ao mesmo tempo, impondo a condição escultórica aos que partilham três horas num mesmo espaço expositivo, onde a comunhão dos corpos alude ao convívio entre existências diversas, igualando singularidades em importância por meio da ênfase nas suas diferenças. Composições corpóreas são alteradas em movimentos extremamente lentos (por vezes quase estáticos) e, deste modo, a obra adquire uma qualidade de dança à obra. — Tales Frey

LAIVOS | Ante improvisos e ressonâncias

19/03/2021

Desde o dia 5 de janeiro que tenho estado em experimentações para um projeto que interceciona o desenho, escultura e o som, Laivos | Ante improvisos e ressonâncias, em que me proponho circundar, embora que não só, de pequenos objectos que fui encontrando em caminhadas. Nesses objetos resgatados tenho procurado os seus ruídos e batimentos cardíacos, numa tentativa, talvez, de salvação. Entre nós, objecto e performer, emergem diálogos silenciosos, onde escutar é uma aprendizagem em conflito mútuo e contínuo. Ao longo do processo tenho contado com o olhar atento e detalhado do Gustavo Dos Santos, que está a realizar um registo documental sobre o projecto. Do projecto ainda não finalizado, o que partilhamos aqui é um apanhado em bruto dessa raiz ainda em crescimento. — Flávio Rodrigues

Affordable solution for better Living

19/03/2021

Em Affordable solution for better living, o artista visual Théo Mercier e o coreógrafo Steven Michel quebram os tabus de uma sociedade sobrecarregada com vida saudável, colocando uma Kallax – um totem muito peculiar – no centro de um espaço imaculado. A estante emblemática da companhia gigantesca Ikea – menos famosa do que a Billy mas maior e mais refinada – simboliza a “beleza para todos”. Ao transpor um sistema comercial para uma peça coreográfica, Affordable solution for better living procura questionar o corpo tornado mercadoria, o estilo de vida prescrito e a ilusão de liberdade promovida pelas grandes potências industriais. Como é que o mundo empresarial encena o corpo do consumidor? Será o lar o único espaço insubmisso ou, na verdade, a enésima encarnação encenada por uma grande marca? Em três atos, Affordable Solution for Better Living desmascara o modelo e apresenta as convicções e dúvidas de um homem polido e quase perfeito. Um centauro, meio homem meio mobília, constrói o seu próprio interior personalizado, único mas igual a todos os outros, de forma absurda. De forma gradual, homem e espaço fundem-se lindamente; o mundo tranquilo, harmonioso e arrepiante estala e verga, revelando o seu lado negro bem como a sua humanidade. As pessoas não têm tendência para se autodestruírem a partir de dentro ao se esforçarem excessivamente para cuidar do seu interior?

Musa

21/03/2021

A vida e a obra de Sophia de Mello Breyner inspiram este convite a descobrir a música que todos trazemos dentro de nós. Como uma folha em branco dirige as palavras ao poema, jogamos o som das coisas para aprendermos a nadar no mar do silêncio. Musa é a Sophia, é cada um de nós e são todas as coisas que nos invadem o corpo: os campos verdes, o mar, a cidade, o tempo.

Chá dos Malucos

Até 27/03/2021

15 €

As Marionetas do Porto propõem, para o Dia Mundial da Marioneta e o Dia Mundial do Teatro, uma oficina a partir dos processos criativos usados habitualmente na conceção dos espetáculos da companhia. CHÁ DOS MALUCOS, é uma das cenas do espetáculo Wonderland, peça criada em 2009 por João Paulo Seara Cardoso, a partir do universo fantástico de Lewis Carroll. Ao longo de 1h30, a atriz Shirley Resende mergulhará no universo de Wonderland, fazendo referência aos processos criativos e às técnicas de manipulação exploradas pela companhia, deixando pistas para experiências e novas abordagens com objetos e marionetas. Num segundo momento da oficina, os participantes farão uma prática, através da qual terão oportunidade de aproximação a todo o universo referido, com uma forte componente lúdica. Esta oficina foi pensada e concebida para público maior de 16 anos que, a partir de casa, deseje mergulhar no universo poético e criativo das Marionetas do Porto. A oficina irá realizar-se na plataforma zoom e requer inscrição prévia. Os participantes receberão em casa um dvd do espetáculo Wonderland, para que possam conhecer melhor esta criação e o ambiente proposto nesta oficina. Lotação: 10 inscrições Mais informações, encomendas e reservas pelo telem. 932 915 456 ou email marionetasdoporto@gmail.pt

Olivier Messiaen

21/03/2021

Figura fundamental da música do século XX, Olivier Messiaen compôs várias obras inovadoras explorando o canto dos pássaros. Les Oiseaux Exotiques é uma das mais famosas e reúne cantos de pássaros americanos e asiáticos. Ao piano, neste concerto que recolheu os elogios da crítica, escutamos Pierre-Laurent Aimard, um especialista na obra de Messiaen que inaugurou assim a sua residência artística na Casa da Música, na temporada de 2020.

Passos em volta

26/03/2021

Os textos de Herberto Hélder são um pretexto para a perceção de um “eu” que tem um corpo, que sente, que procura Deus, o amor, que busca transcender-se. E espreitar-se. É um caso especial de biografia que desafia a perspetiva moral com que nos vemos, com que revestimos natural e repetidamente as nossas cicatrizes, como se os hábitos de vida, de linguagem, de gestos nos defendessem de nós mesmos. As palavras funcionam aqui como passos em volta, como olhares que nos fazem tremer, como raios incisivos que assustam e atraem. Há tantas frases, tantas palavras, que afrontá-los é uma viagem antiga, uma dança de cadeiras e mesas de pernas partidas. Os comboios que vão para Antuérpia falam de uma árvore esquisita, do amor e da sua capacidade de nos abrir o coração aos homens e desse sentimento de desespero difuso de alguém que luta num corpo fechado por se libertar em direção à luz. Fala desse olhar de dentro para fora e do seu reflexo de novo a caminhar para dentro. Ou talvez seja do seu inverso, o olhar para dentro a caminhar desesperado para fora, na procura de um ramo para pousar tal pássaro inquieto e esquisito também. Esses corpos em forma de comboio que estão em luta com o deus que existe dentro deles, do seu corpo em linhas paralelas e da vida que vive no brilho do metal que atrai o olho e o faz sufocar e escrever.

Paisagem

26/03/2021

3.5 €

Paula Diogo imaginou o ciclo SOBRE LEMBRAR E ESQUECER para falar sobre o modo como a memória opera nas nossas vidas. PAISAGEM, com co-criação com Tónan Quito e o colectivo Foguetes Maravilha, é o segundo momento deste ciclo iniciado em 2018 o espectáculo com o mesmo nome apresentado no Teatro Maria Matos. Uma conversa sobre duas peças curtas de Harold Pinter serve de ponto de partida para este espectáculo. Em ambas, um casal de meia idade dialoga (ou monologa) sobre episódios que só um deles parece recordar ou que ambos recordam de forma completamente diferente. Estas peças servem de mote para falar sobre aquilo que mantém as pessoas juntas ao longo dos anos e como se estabelecem as relações de intimidade e interdependência.

Concerto de Órgão

27/03/2021

Jonathan Ayerst foi organista principal da Igreja de St. Benet Fink, em Londres, e estudou técnicas históricas de improvisação em Estugarda. Este programa começa com música de Johann Sebastian Bach e, perante uma fuga que o mestre do barroco alemão deixou incompleta, Ayerst propõe retomar a prática histórica improvisando a sua realização. Após uma obra-chave de César Franck, nome central da escola franco-belga romântica, o recital termina com o checo Leoš Janáček, também ele organista e magnífico improvisador. A sua Missa Glagolítica inclui um célebre solo para órgão, que Ayerst completa com uma transcrição da arrebatadora Intrada que encerra a obra.

Miles Ahead

28/03/2021

Quando se juntou a Miles Davis, o arranjador canadiano Gil Evans trouxe uma proposta arrojada: a gravação de um disco em forma de suite com uma orquestra de jazz com instrumentação alargada. O disco chamou-se Miles Ahead, e a ele seguiram-se outros dois a coroar esta parceria frutuosa. A história do jazz já não se escreveria sem estes capítulos que, segundo Miles, procuravam trazer de volta a melodia para o centro da improvisação. O solista convidado para reconstituir, ao lado da OJM, as sonoridades únicas de Miles Ahead é Gileno Santana, trompetista luso-brasileiro com intensa carreira e reconhecimento internacional.