9kg de Oxigénio

Até 16/02/2020

A Galeria Municipal do Porto inaugura a exposição "9kg de Oxigénio". A exposição resulta do desafio lançado pela Galeria Municipal do Porto ao projeto "Uma Certa Falta de Coerência" para desenvolver um exercício que refletisse sobre a relação entre a prática curatorial independente, autogerida por artistas, e um contexto expositivo institucional. Nesse sentido, "Uma Certa Falta de Coerência", que desenvolve o seu trabalho de forma independente desde 2008, vai apresentar esta exposição em que "testará políticas de produção e formas de entendimento próprias, tomando como ponto de partida o exercício de sobrevivência em condições adversas e sujeitas a opressão institucional". "Uma Certa Falta de Coerência" irá transferir a atmosfera do espaço diminuto que ocupa na Rua dos Caldeireiros, onde se questiona frequentemente a respirabilidade do ar, e apresentará obras de artistas que, ao longo dos últimos anos, tem colaborado com o projeto: Babi Badalov, Daniel Barroca, António Bolota, Camilo Castelo Branco, Merlin Carpenter, Rolando Castellón, June Crespo, Luisa Cunha, Stephan Dillemuth, Loretta Fahrenholz, Pedro G. Romero, Dan Graham, Alisa Heil, Mike Kelley, Ruchama Noorda, Silvestre Pestana, Josephine Pryde e Xoan Torres.

Depois do Estouro

Até 16/02/2020

A Galeria Municipal do Porto inaugura a exposição "Depois do Estouro", que tem curadoria de Tomás Abreu e resulta do projeto concursal "Expo'98 no Porto". "Depois do Estouro" foi selecionada por um júri independente da equipa artística da Galeria Municipal do Porto, composto por Daniela Marinho, investigadora de pós-doutoramento no Departamento de Artes e Estudos Culturais da Universidade de Copenhaga, Miguel Ferrão, que dirige com Eduardo Guerra o projeto artístico Musa paradisiaca, e Nuno Faria, diretor artístico do Museu da Cidade. Esta exposição parte dos efeitos que os desenvolvimentos socioeconómicos e tecnológicos do final do século passado tiveram na cultura contemporânea e "propõe uma reflexão sobre paradoxos das suas consequências, paralelamente desafiando noções de manipulação do tempo". Reúne um conjunto de obras, produzidas no final da última década por 13 jovens artistas que cresceram em Portugal na década de 90, as quais "incidem sobre questões da humanidade, do espaço físico e do tempo": Alice dos Reis, Francisco M. Gomes, Henrique Pavão, Hugo de Almeida Pinho, Igor Jesus, Jorge Jácome, Lúcia Prancha, Mariana Rocha, Mariana Vilanova, Pedro Huet, Rodrigo Gomes, Sara Graça e Tomás Abreu.

Está Aqui

Até 12/07/2020

A exposição assinala os 30 anos da Fundação e os 20 anos do Museu de Serralves, apresentando a programação do Serviço de Artes Performativas entre 1999 e a atualidade. Nasceu e desenvolveu-se através de compromissos entre objetivos aparentemente inconciliáveis: por um lado, a necessidade de apresentar dados concretos (nomes, datas, imagens) que mostrassem onde, como e quando se apresentaram determinados artistas, e refletissem o caráter pioneiro da importância conferida às artes performativas por parte de Serralves; por outro lado, traduz aquilo que parece distinguir imediatamente estas artes: a implicação do espectador, o espírito eminentemente colaborativo, o "aqui e agora”, por oposição ao "isto foi”. Os compromissos passaram por expor documentação e permitir aos seus visitantes saber quem se apresentou em Serralves (e quando, como e onde), ao mesmo tempo que se apresentam elementos que convocavam o tal "aqui e agora”. A documentação foi incorporada através de um processo de colaboração: uma vez selecionadas pelos programadores Cristina Grande e Pedro Rocha as imagens e palavras que melhor ilustrassem os últimos vinte anos da sua programação (entre fotografias de cena e materiais gráficos que anunciavam e acompanhavam as atividades), foi pedido a um designer gráfico, Luís Teixeira, que concebesse um livro que nunca seria publicado, cujas páginas seriam exclusivamente apresentadas nas paredes da Biblioteca de Serralves, juntamente com filmagens de espetáculos e adereços a que os referidos programadores reconheceram especial importância. Ao mesmo tempo, decidiu-se ocupar uma área considerável do mezanino da biblioteca com um objeto que convocasse imediatamente a ideia de teatro e que conseguisse "ativar” o espectador: um pequeno palco à espera de ser ocupado. O visitante pode e deve sentar-se para ler (textos sobre a programação, livros incontornáveis para se entenderem atualmente as artes performativas) e, muito importante, para ouvir testemunhos e memórias de espetáculos escritos por cúmplices especialmente atentos à programação de artes performativas de Serralves — entre artistas, músicos, escritores e atuais ou antigos diretores e programadores de teatros e festivais de música e de performance — e depois lidos por dois atores. Estes testemunhos vieram conciliar o inconciliável: as memórias de determinados espetáculos, ou de concertos e performances — obrigatoriamente subjetivas, incompletas, fragmentárias — constituem o necessário contraponto aos dados, datas, cronologias, documentação. É em grande medida graças a eles que esta exposição não é apenas sobre "o que foi”; também é agora, e também é aqui.

MDLSX

Até 15/02/2020

10 €

“Nasci duas vezes: primeiro fui uma coisa, depois outra.” Estas são as palavras iniciais de MDLSX, um caleidoscópico solo de Silvia Calderoni, com encenação de Enrico Casagrande e Daniela Nicolò, fundadores da companhia italiana Motus. Performance intensa e desafiadora, entrelaça evocações literárias de Middlesex, de Jeffrey Eugenides, de Orlando, de Virginia Woolf, de textos de Pasolini, e de livros seminais da teoria queer, como Problemas de Género, de Judith Butler, ou Manifesto Contrassexual, de Paul B. Preciado. Com a acutilância da sua presença andrógina e num formato que remete para um set de DJ/VJ, Silvia Calderoni urde essas alusões literárias com a sua biografia, vídeos caseiros e a pop que a marcou, dos The Smiths aos Placebo, dos Talking Heads aos Vampire Weekend e The Dresden Dolls. Estilhaçando os conceitos de género e de narrativa, MDLSX é um hino à liberdade de tornar-se e ser-se outro, para lá de qualquer fronteira e preconceito.

Blanck Mass

14/02/2020

7 €

Blanck Mass, o projeto a solo de Benjamin John Power, parte metade de Fuck Buttons, está de regresso a Portugal e tem paragem confirmada no Understage do Rivoli a 14 de fevereiro, para apresentação de “Animated Violence Mild’. Lançado em 2019 via Sacred Bones, “Animated Violence Mild’ é, nas palavras do músico e produtor britânico, o seu trabalho mais conciso, direto e honesto. Carregado de experimentação ousada, intensidade rítmica, melodias explosivas e ferocidade ardilosa, o álbum é uma amálgama de emoções extremas, que oscilam entre a expressão do medo existencial e a beleza próxima da transcendência. Disco de pesar, que nasce da reflexão em torno da perda, não só pessoal e mas também num sentido mais global, de todos nós, enquanto espécie, trata-se de um tratado anti-consumismo desenfreado, uma crítica declarada à queda autoinfligida da humanidade, à traição aos melhores instintos da nossa natureza e ao futuro do nosso próprio mundo. E tal como a tristeza que ali se comunica, as oito faixas que o compõem não são de todo lineares, surpreendendo o ouvinte a cada momento, por entre combinações estilísticas tão distintas e bem executadas que sem esforço vão bem além de todas as influências que descaradamente lhe reconhecemos, tornando-se num momento não tanto de exasperação, mas de pura catarse.